Existem clássicos e clássicos

Sou são-paulino de nascença e fanático. Muito mais torcedor do que alguns outros são-paulinos pensam que sou quando conversam comigo. Como torcedor fanático aprendi desde pequeno a respeitar um clássico como aquele jogo que você não fala, não ouve e não confraterniza… Não era um dia de futebol, era um dia de clássico!

Mais novo eu tinha o clássico como aquele dia que você não respira direito e a barriga começa a apertar umas cinco horas antes do jogo. Não existe rival, não existe amigo nem mais nada. Sou eu e meu time, e os poucos que ultrapassavam esta barreira não eram recebidos da maneira mais cortês.

Finalmente eu cresci e deixei de ser burro!

Os clássicos continuaram não sendo um dia comum de futebol, se tornaram muito mais, viraram praticamente uma ode ao futebol. Esta maturidade me proporcionou um privilégio que poucos têm aqui no Brasil: passei a apreciar um Cruzeiro e Galo com o mesmo prazer que eu assistia meu time a jogar contra o Corinthians. Acreditem, continuo amando meu time com a mesma intensidade de sempre, enganam-se os que pensam que vesti qualquer tipo de casaca. A única diferença é que quando menor eu nunca gostei de futebol, eu gostava de São Paulo Futebol Clube, agora, eu amo o São Paulo, mas aprendi a ver a beleza do futebol brasileiro. E admito que estou muito melhor assim.

Dei voltas e voltas neste resumo futebolístico da minha vida apenas para compartilhar com vocês que não suporto mais os clássicos do estado de  São Paulo. Não os suporto porque os mesmos morreram há alguns bons anos.

Neste Domingo eu tinha uma escolha centenária para fazer, assistir há um tradicionalíssimo Santos e Palmeiras ou a um mágico Fla-Flu? Escolha mais do que fácil, admito. Fla-Flu sempre!

Os clássicos do estado de São Paulo são uma ofensa ao futebol mundial, são ridículos. Um jogo com bicuda, trombada, agressão e covardia que nem Muricy, Felipão e Parreira juntos conseguem colocar algum tipo de defeito. Não assisto a um clássico paulista há um bom tempo, mas garanto que o leitor que procurar em qualquer arquivo de internet encontrará escalações com um time inteiro de zagueiros e volantes ao somar os dois times.

Não assisti ao jogo de hoje entre Santos e Palmeiras, mas pelo que ouvi falar devia haver uns quinze volantes e zagueiros em campo, seis só do lado que joga de verde. Me recuso a comentar qualquer jogo deste nível, se eu quiser ver pancadaria vou para o MMA, se eu quiser ver um jogo truncado cheio de pancadaria existem opções melhores que o futebol.

Me pergunto constantemente quando e como foi que isto aconteceu? Quando o futebol paulista se esqueceu do que representa e o carioca retomou suas origens?

Tenho certeza que parte deste lixo futebolístico é um reflexo cultural. O povo carioca segue como sempre irreverente, arrojado, e sempre priorizando a individualidade. O paulista, chato e pedante de nascensa, viu no futebol pragmático a oportunidade de chegar a lugar nenhum. Não entendo um povo que pensa que atingirá a hegemonia de qualquer esporte ao deixar de pratica-lo.

Hoje o Brasil assistiu um à um Flamengo e Fluminense digno de futebol brasileiro, um jogão, o paulista que resolveu assistir um clássico da casa assistiu a um jogo ridículo, como o último São Paulo e Corinthians e todos os outros clássicos que consigo me lembrar.

Enfim, eu realmente sinto por escrever estas palavras e por ter este tipo de sentimento, mas finalmente esta gente pragmática, chata e arrogante conseguiu destruir o que tinhamos de melhor neste estado.

Destruíram homeopaticamente. Primeiro proibindo nossas bandeiras, agora tentando destruir as organizadas, preferindo os volantes aos atacantes, o um a zero ao cinco a quatro e tudo o que faz do futebol a maior invenção do homem.

Nosso povo hipócrita está quase vencendo, e em breve seremos perfeitos babacas que torcem sentados em nossas super tecnológicas e elitistas. Ficaremos orgulhosos em pagar cento e oitenta reais o ingresso e simplesmente aplaudiremos um lindo gol bicicleta como bons Europeus sem identidade que nos esforçamos para ser.

As vezes eu realmente espero que isto aconteça pois então, NÓS, o povo aqui de São Paulo, teremos tudo que merecemos. Um rio cheio de merda e um futebol que anda tanto quanto nosso trânsito. Aí talvez pararemos de nos preocupar com bobagens como futebol e focaremos no trabalho, afinal, somos paulistas, a locomotiva que move este país e carrega o resto do Brasil nas costas não é?

PS.: Vomitei demais ao escrever este texto, acho que a parte brasileira que vive em mim não suporta mais o paulistinha arrogante que precisei acordar para escrever este último parágrafo, mas garanto a todos vocês que farei o máximo para corrigir este defeito de minha personalidade.

Viva o Fla-Flu, o clássico mais bonito do mundo!

E aos queridos amigos tricolores, não foi roubado como disseram que foi. Houveram duas bicudas de fora da área lindas, que nenhuma tática ou técnica consegue parar.

O Flu jogou demais e está jogando demais e tem tudo para continuar sua sequencia.

Brigando com a arma

Acho impressionante o comodismo das autoridades brasileiras quando se deparam com alguma questão que expõe sua incompetência. Este é só mais um daqueles assuntos da sociedade que se estendem e vão parar para dentro das quatro linhas de cal do futebol.

No Brasil, se dez por cento da população consome bebidas alcoólicas, o governo retira o direito de outros noventa por cento de beber uma quantia razoável de álcool e ir para a casa na segurança e comodismo de seu automóvel. No fim das contas fodemos a maior parte da população apenas porque somos incapazes de punir com rigor e controlar a minoria foco do problema. O que me deixa mais intrigado é que pessoas que fazem parte dos noventa batem palmas para esta atitude ditatorialista afirmando ser a melhor e única solução. E de tão hipócritas que são conseguem discutir e sustentar esta opinião em uma mesa de bar prestar a voltar para casa dirigindo seu carrinho.

Lindo!

O brasileiro tem uma tendência natural tão grande a hipocrisia que deveria até ser motivo de estudo.

Se a violência cresce retiramos o direito do cidadão de portar uma arma.

Para cuidar da saúde da população proibimos todos de fumarem onde bem entenderem.

Antes de qualquer coisa, não sou fumante, alcoólatra e nem colecionador de armas, só sou consciente o suficiente a ponto de reivindicar meus direitos e saber que se eu quiser começar a fumar daqui a cinco minutos no Buteco do Zóio (bar de um grande amigo meu aqui do lado de casa), não farei o meu parceiro ser multado, mesmo estando em um estabelecimento privado com a condescendência do dono.

Mais uma vez os brasileirinhos classe média padrão adoraram a medida ditatorialista, afinal, diferente de mim são todos conscientes demais para fumar, e óbviamente acham um hábito nojento. E claro, como bons classe média padrão só conseguem olhar para o próprio umbigo.

Enfim, eu poderia lhes citar milhares de tópicos como estes que fogem do senso comum e acabam se perdendo no limbo da hipocrisia brasileira. Repudiamos o aborto, as drogas, mas todos já conhecemos histórias de mulheres que se feriram ou morreram em abortos clandestinos, todos temos aquele amiguinho que sempre tem aquela “bucha” ou “pino” quando requisitado. De exemplos este assunto está cheio, mas como é de costume neste blog vou me ater ao futebol.

Recentemente a Macha Alviverde foi proibida de ir aos estádios. Mais uma vez na incapacidade de controlar dez por cento fodemos noventa.

Gostariam de saber minha opinião sobre as torcidas organizadas de um modo geral? Adoro, todas!

Acho as torcidas organizadas a essência do futebol, elas são no mínimo uns sessenta por cento do espetáculo. Vocês já viram torcedor comum abrir mosaico, bandeira, cantar em coro para o time? Resumindo, vocês já viram o torcedor comum ser o décimo segundo jogador do time em campo?

Eu lhes respondo, nunca!

Torcedor comum torce, faz sua festinha e tudo mais, mas o que dá a beleza ao espetáculo é a organização (não me diga). A ralação da galera que ensaia até de madrugada antes de jogo e viaja metade do Brasil atrás do time.

O mesmo torcedor comum que quer o fim das organizadas é aquele que fica encantado com o bandeirão, se empolga no coro, e adora ver o efeito das bexigas.

Imagino que o tocedor que quer o fim  das organizadas tenha a consciência que o Palmeiras jogará as moscas metade dos seus jogos a partir de agora. Não é só o Palmeiras não, por mais que eu não goste da Independente eu reconheço que se não fosse ela o São Paulo jogaria para duzentas pessoas metade dos seus jogos. Achar que é o torcedor comum que lota estádio e dá show é lindo, mas não é a realidade, torcedor comum só vai na boa. A própria torcida corintiana, tão fiel que é, se você tirar as organizadas você tira uns setenta por cento do publico alvinegro.

A FPF baniu a organizada palmeirense dos estádios? A população está satisfeita com isto? Perfeito. Então que TODAS as organizadas do Brasil sofram as conseqüências. A final, são todas organizadas, não são? O problema não é este?

Mais uma vez o Estado passa um recibo de incompetência, e em função de dez por cento de pessoas ruins dentro de uma organizada destroem o direito de noventa por cento de palmeirenses de ir ao estádio abrir o bandeirão do seu time. E mais uma vez a população adora e se dá por satisfeita sem notar que mais dia ou menos dia serão os próximos a perderem seus direitos!

Tão hipócrita, interessante e acima de tudo tão brasileiro!

Cuidando dos pequenos

É impressionante como quando olhamos de outra perspectiva, algo que parecia a solução pode até virar problema e o que era problema fica mais confortável.

Como todo ser pensante sempre fui defensor da tese de que um time tem que ter um futebol de base forte. É ele que garante o futuro do clube com as vendas e com a qualidade a baixo custo. É claro que tudo que é bom na teoria sai um pouco torto na prática.

Perdi as contas da quantidade de moleques que ví “desaparecendo” da base do São Paulo Futebol Clube e “aparecendo” jogando muita bola por aí. Bruno César, Keirrison e mais um monte de gente que não consigo puxar na memória neste momento. Perdi a conta também da quantidade de moleques que eu ví jogar demais no sub-15 e sub-16 que simplesmente são varridos dos registros do clube, não vão para o sub-17 e então depois de alguns anos aparecem fazendo sucesso em algum lugar do mundo. Não posso deixar de citar os que se destacam e na hora de subir para o profissional são vendidos e vão para a Europa sem nunca ter jogado uma partida pelo futebol profissional, este é o caso do goleador Lucas Piazon. Por fim, mas não menos ruim é quando o jogador vai para o profissional e com três partidas bem jogadas ele já dificulta sua renovação, espreme o clube que o lançou e aí abraça a primeira proposta do exterior que lhe é feita. Da atual geração podemos citar o Paulo Henrique Ganso e o próprio Casemiro.

Óbvio que você leitor entendeu que apenas usei a base do São Paulo como exemplo, pois eu a conheco com mais detalhes, mas este problema é um problema que atinge a todos os clubes brasileiros.

Aí eu lhes pergunto:

Vocês realmente acham que o Palmeiras não lança porra nenhuma há uns DUZENTOS simplesmente por que não tem estrutura? Porra, vaí me dizer que a estrutura do Santos é tão melhor que a do Palmeiras assim?

Estranhamente os moleques do Palmeiras estão desaparecendo igualzinho os jogadores são-paulinos que já ví sumir por aí.

A própria base do Corinthians. Vocês realmente acham que o que tem de melhor lá é o fraco do Dentinho? Não consigo me lembrar qual foi o último jogador bom mesmo que o Corinthians lançou.

Nós pobres mortais não temos noção da quantidade de moleques da nossa base que são vendidos, repassados e se perdem por aí antes mesmo dos quinze anos.

Quando o assunto é o nosso clube nós tendemos a tomar uma postura alienada de vítima, mas se pensarmos um pouquinhos conseguimos ver que um empresário tem poder para forçar a saída de alguém da base porque este clube deixou e principalmente: porque esta situação é comoda e acordada com os dirigentes do seu clube. Quando vemos um garoto que nunca vestiu a camisa do time ir pra Europa a gente fica com dó do dirigente achando que ele tomou o cano do empresário, só que esquecemos que quem repassou os direitos do jogador ao empresário foi o próprio engravatado a frente do seu clube. E se ele fez, como sempre faz, o fez por puro interesse próprio, $e é que me entendem.

A base é uma fábrica de craques, mas muito mais que isto é uma fábrica de dinheiro.

Se dez jogadores do sub-15 se destacam seis sobem para o sub-16, os outros quatro viraram dinheiro, e muito dinheiro.

Já adivinou pro bolso de quem né?

Ou você também acredita na história da carochinha de que o cargo de dirigente do seu clube não é remunerado e ele está lá por puro amor. Confesso que pela dor de cabeça que deve ser esta merda nem eu que sou fanático pra caralho arriscaria ter um ataque cardíaco não remunerado.

Não dá pra ter base nos moldes de hoje em dia, aos poucos infelizmente estou mudando minha opinião sobre o futebol de base de um clube. Se não é pra ter seriedade é melhor nem ter.

Não é mais fácil contratar uma duzia de olheiros bons e ficar roubando jogador da base de outros clubes por aí? É mais barato, fácil, lucrativo e dá menos dor de cabeça também. Sem falar que a chance de só sair jogador de bom nível aumenta demais, né?

O desgosto diminui também, pois o moleque não foi criado como uma jóia desde o dente de leite e simplesmente trocou o seu clube de coração pra jogar em algum lixo da Ucrânia por aí.

Apenas remando a favor

É impressionante como uma minoria, em geral mal intencionada, tem o poder de mudar a opinião pública de forma concreta em relação ao foco de um problema.

Virou rotina no Brasil inteiro depois dos estaduais e da Copa do Brasil, crise nos times perdedores. As vezes porque seu time perdeu para um rival estadual sem qualquer resistência ou porque caiu na Copa do Brasil nas mãos de um nânico qualquer, mas é certo que haverá crise.

Peguemos por exemplo São Paulo, Corinthians e Palmeiras.

Após o período que mencionei conseguiamos ver nos três clubes meia dúzia de torcedores “organizados” protestanto contra algo que eles nem sabem direito, mas estão lá, chutando carro de funcionários e pixando muros. O mais estranho é que de alguma forma a mídia e o clube veiculam aquele grupo de trinta ou quarenta como se de fato transparecessem a opinião dos 15, 20 ou 30 milhões de torcedores que realmente formam a engrenagem. Parte desta multidão acaba de fato sendo contagiada com algum sentimento de que aqueles caras vestidos com camisas organizadas estão brigando por algo melhor para o seu clube e parcela significativa destes torcedores (em geral os de internet) apenas apoiam esta meia duzia, mais uma vez não sabem o que estão apoiando, quem ou pra quê.

O problema é que o torcedor comum nem faz idéia do que de fato originou o protesto e o seu objetivo principal.

Antes de mais nada é necessário esclarecer uma coisa: Organizada nenhuma cresce sem a ajuda de dirigentes.

Independente, Mancha ou Gaviões. Todas tem um papel político dentro do clube. Quando não é com a posição é com a oposição e as vezes é com os dois (estes casos são os mais destrutívos para o clube).

Vamos tomar o Tricolor Paulista como exemplo.

Creio que qualquer ser com capacidade de raciocinar um pouco consegue concluir que o problema não é o Carpegianni, o Lucas, ou Juan e outros alvos dos protestos, pelo menos não são só eles. O Carpa tem os seus defeitos, com certeza. O Juan não joga nada, talvez, mas o estranho é que ha três semanas atrás, quando o mesmo time era lider do Paulista ninguém fez protesto quanto a capacidade técnica destes e de outros, e o Lucas era um craque maior que Neymar.

A culpa é realmente do técnico quando sua diretoria não lhe dá um lateral direito, primeiro volante, um meia e mais uma porção de posições carentes? Parcela da culpa é dele e dos jogadores sim, não vamos apadrinhar ninguém, mas a parte que de fato tem culpa está sendo conveninentemente esquecida em meio a estes protestos.

Por que não foram protestar e chutar carro quando o Juvenal Juvêncio criminosamente alterou o estatuto para virar o Eurico Miranda do Morumbi? Já que nenhum diretor, ou conselheiro é homem o suficiente para se colocar contra o Juvenal, porque a torcida não teve saco roxo pra tirar o Juvenal de lá ela mesmo?

Vemos na segunda de manhã a torcida na rua protestanto contra o técnico, jogador e quem mais eles se lembrarem, só que oportunamente deixam a diretoria fora de foco.

Este é o caso das manifestações desta semana? Não sei e nem tenho como provar, mas que tem todas as características tem.

Esta prática acontece tanto quando diretor da oposição dar uma grana para a organizada para eles irem cornetar a posição.

As vezes o diretor da posição manda a organizada para o CT só para dar um susto nos jogadores pra ver se surte algum resultado dentro de campo.

O caso do Palmeiras é bem parecido com o São Paulo.

Técnico e jogadores de fato tem parte da culpa, mas ninguém se lembra de diretor que vira e mexe dá declarações CONTRA o próprio time, os problemas internos que as brigas entre as diversas chapas causam dentro das quatro linhas e mais uma série de decisões egoístas que nunca tem o clube como principal beneficiado.

E isto não é de hoje não, isto está no Palmeiras desde que o Palmeiras é Palmeiras.

Antes de qualquer coisa tenho de dizer que não sou contra organizadas ou protestos. As organizadas (com suas exceções) são as responsáveis pelos shows mais bonitos que já ví nas arquibancadas pelo Brasil, e os protestos são necessários, mas com inteligência e não manipulados e acéfalos.

Seja sincero e busque da memória algum protesto de organizada que de fato teve um efeito positivo para o seu clube. Eu só consigo lembrar de torcida dando pretesto para Vagner Love ir embora, queimando Kaká, Luiz Fabiano (o mesmo que ela idolatrou há um mês)  e mais uma porção de moleques que hoje mostram que são bons de bola.

Não tem jeito de um protesto sem o mínimo de critério e organização dar um resultado positivo para o clube.

Eu só me pergunto uma coisa, porque estas organizadas antes de ir lá chutar carro de jogador não resolvem de fato torcer para o time. Digo isto porque em poucas situações eu vi uma organizada aqui do estado de São Paulo de fato torcer pelo clube, em geral estão muito mais interessados em cantar que são os mais temidos do Brasil, que eles colocam Porco, Galinha ou Bambi pra correr, ou que tocam o terror por onde passam.

Você como jogador, se sentiria honrado em jogar pra um monte de gente que não dá a mínima para futebol?

É claro, não é motivo pra jogador reclamar, mas estou só mostrando um cenário.

Aí eu lhes pergunto: Jogador pode fazer protesto contra a torcida também?

Só Twittando

Alguém aí sabe o quê aconteceu ontem na Libertadores?

Ataque de Corinthians em todos os estados brasileiros? Ou foi o pacto/magina negra de Muricy que funcionou mais uma vez e ele não vai enfrentar um brasileiro no mata-mata?

Lembrando só que ontem foram eliminados os três últimos que eliminaram o Mumu da Libertadores.

Se isto não for um pacto maligno não sei mais o que é, mas seja o que for, impressionou.

Desrespeito, firula, mimimi

Este post surge nesta data exatamente para que ninguém me chame de oportunista e possa dizer que eu aproveito um momento de baixa de determinado jogador para falar mal dele ou qualquer coisa assim. Escrevo este post com a televisão ligada em Palmeiras e Mirasol, um a zero com golaço de Valdivia, e ele se apresenta bem!

Nesta semana, após Palmeiras e Santo André pela Copa do Brasil, diversos blogs meio que esboçaram uma discussão sobre o limiar entre talento, falta de respeito com o adversário, quando um drible é válido, quando não é e tudo mais. Tudo iniciado pelos tais chutes no váculo do Valdívia.

Aí eu lhes pergunto: Na regra é proibido driblar, chutar o ar, fazer embaixadinha e desfilar qualquer repertório de dribles que existem por aí?

Todos os dias a gente cobra do nosso futebol, mais lances bonitos, mais irreverência e talento, aí quando eles surgem a primeira coisa que fazemos é podá-los dizendo que humilham o adversário, não são objetivos ou que o autor dos dribles é arrogante.

Por favor, né. É mais interessante ainda quando vemos a mesma imprensa exaltando o craque Neymar depois de uma paradinha bem feita e depois chamando-o de arrogante após perder um gol por firula.

Porra, quer dizer que a diferença entre sucesso e fracasso de um lance de talendo é o resultado?

Isto é oportunismo.

Só erra quem tenta! Eu prefiro um jogador tentando um lance bonito há dez brucutús que só tocam de lado morrendo de medo de errar.

Valdivia não foi objetivo?

Claro que foi. O Santo André não acabou com um zagueiro a menos? Então valeu! Burro é o zagueiro, que acha que vai dar solada no Valdivia no meio de trinta câmeras e mais vinte juízes e não ser expulso por isto.

As vezes sinto falta da malandragem de antigamente.

Vocês conhecem um tal de Pelé? O rei do futebol e tals?

Então este mesmo é tão exaltado pelo seu talento e tudo mais, mas pouca gente sabe que ele era o rei de quebrar perna de zagueiros. Quando digo quebrar é quebrar mesmo, do cara ter que colocar gesso. Pelé batia, mas fazia escondido, aquele lance que mais parece sem querer do que intencional. Sabe quando você está andando tranquilo e “sem querer” pisa no pé do seu marcador, machuca ele e ainda saí como vítima quando ele rebate?

Isto é malandragem e inteligência, isto sobrava em Pelé e Renato Gaúcho e está em extinção hoje em dia. Veja, não estou fazendo uma apologia a violência, nem nada disso, eu só estou dizendo que se o atacante pode ser malando para forçar a expulsão do zagueiro o defensor pode fazer o mesmo, basta ter um pouco de cérebro pra fazer isto na surdina.

Agora, um cara me dá uma bicuda no meio de vinte mil pessoas merece ser expulso só pela idiotice do lance. E toda esta choradeira que rolou depois da expulsão dele é puro mimimi de gente que vai exaltar o jogador quando ele acerta e vai xingar até a última geração deste quando ele erra.

Vale lembrar, futebol é talento sim, mas sou da teoria que 70% vem da inteligência, 20% da prática e os outros 10% vem do talento. Justamente estes dez que diferenciam gente comum de Pelés e Renatos Gaúchos.

Só esclarecendo, Valdivia não entra para a minha lista de craques daí de cima só porque é um jogador de jogo fácil. Se não praticasse a magia do desaparecimento nos momentos que seu time mais precisa dele, como neste segundo tempo de Palmeiras e Mirasol, 1 a 1, até mereceria ser a metade do que é para a torcida palmeirense, fora isto para mim é só um jogador que virou “craque” mais graças as declarações de chororô contra os rivais e etc. do que pelo futebol mesmo.

Um Denilson sem grife eu diria, aquele cara que você só vê drible quando o jogo está tranquilão, sabe?

Daí que eu digo que não me aproveitei um momento baixa dele para criticá-lo.

Jogo de Vergonha ou de Protesto? (Republicando)

Este post eu publiquei na época em que o time de vôlei do Bernardinho entregou um jogo para ter um caminho mais fácil rumo ao título na Itália. Hoje é um post que serve bem para os times que vão reclamar, chorar e se colocar como vítimas deste campeonato paulista de 2011. E claro, o torcedor vai se sentir injustiçado como não poderia deixar de ser.

Ontem nós brasileiros pudemos festejar mais uma vitória no vôlei. O ótimo time do Bernardinho faturou mais uma e mostrou mais uma vez quem manda no cenário mundial.

Não vou me atrever a comentar vôlei, não entendo nada do esporte, mas a polêmica que manchou este título mundial brasileiro é muito parecida com o que acontece no futebol todos os dias e disto eu até tenho um pouquinho de propriedade para falar.

Este título mundial brasileiro foi muito discutido devido aquele jogo em que o Brasil perdeu de propósito para pegar o caminho mais fácil até as finais.

É fato, o Brasil tentou com todas as suas forçar perder o jogo, que assiste se revolta. Não à toa a torcida ficou indignada.

Conversando sobre o jogo me disseram que foi um tal de jogo de protesto de ambos os times contra a organização do mundial, que desde o início beneficiou a Itália e tomou decisões para de certa forma preparar o mundial para a Azzurra.

Neste ponto já vemos o quão ridículo é este argumento.

Amigos, assim como no futebol, antes de começar uma competição TODAS as esquadras que participarão desta fazem uma reunião e assinam os detalhes da competição, como regulamento, patrocínio e etc. Se o Brasil estava jogando é porque aceitou todos os detalhes do campeonato, logo, este papo de jogo protesto é besteira.

Outro oportunismo puro é fazer o jogo “protesto” só quando convém.

Se for para fazer protesto faça, eu sou o primeiro a ir lá bater panela.

Só que se é para protestar não vai pro campeonato.

Imagina o quanto de patrocínio os administradores do mundial não perderiam no momento que o Brasil e mais umas duas seleções anunciassem o abandono da competição.

Tanto as seleções quantos os clubes de futebol têm que entender que quem faz um campeonato são eles e não um monte de gente de terno e gravata. E se eles fazem o campeonato, logo eles mandam. Não tem que ficar com papinho de organização e mimimi. Mais ridículo ainda é fazer jogo protesto só quando lhe convém e depois sair jogando de verdade e o pior, tem a cara de pau de comemorar título.

Qual título você está comemorando? Aquele que você se postou contra? Que você não concordou e jogou à toalha a dois jogos?

Para mim foi uma das posturas mais covardes e oportunistas de uma seleção Brasileira.

O pior foi a incapacidade de pensar dos representantes da nossa seleção que tiveram a capacidade de manchar tanto este título mundial como a imagem de todos os jogadores brasileiros, que até este dia ninguém tinha uma vírgula para escrever sobre eles que não fosse motivo de orgulho. Se antes era a ótima seleção dos guerreiros Giba e Murilo, agora é a covarde seleção de gente que tem medo de jogo. Reconheço que o título pode ter sido título da superação e blá blá blá, mas toda esta beleza caiu por terra na postura covarde de Bernardinho e seus comandados.

Portanto torcedor, quando seu clube reclamar que não dá para jogar a Libertadores e o Brasileiro ao mesmo tempo, não fique achando que seu clube é mais uma vítima do regulamento. Não é.

Se o seu clube está lá é porque ele aceitou isto. E se ele fica usando isto como argumento é porque sabe que não tem capacidade de vencer o campeonato.

Amigo, faça um exercício mental e tente imaginar o que seria da Libertadores sem os clubes brasileiros. O campeonato não existiria. Se a Libertadores tem metade dos patrocinadores que tem hoje é por causa dos Brasucas.

Portanto, se não concorda com o regulamento.

Se os Brasucas se sentiram realmente prejudicados com calendário ou com a vaga que foi retirada no G4, eles se organizam e não vão. Aí acaba a palhaçada.

Vocês têm que entender que quando mexem com dinheiro, no caso o dinheiro do patrocínio, aí os caras sentem e se curvam.

O problema é que nossos clubes são liderados por torcedores organizados de terno e gravata, logo, ninguém é inteligente o suficiente para ir falar com seu rival para se organizar. É sempre um querendo ser maior que o outro, e enquanto nosso futebol tiver este perfil estaremos retrocedendo a cada ano que passa.

Um exemplo deste retrocesso é que se você olhar no passado verá que os clubes de futebol um dia já se organizaram e deram banana para a CBF. Desta organização surgiu a Copa União e deixou o Campeonato brasileiro completamente em segundo plano.

Torcedor, não aceite reclamação do seu clube, não aceite jogo “protesto”, não aceite que seu time coloque reservas em jogo decisivo. É tudo palhaçada de gente covarde.

É covardia aqui e covardia no vôlei, a diferença e que em um joga com a mão e o outro joga com o pé, o pior é que os palhaços aqui pagam para ver o jogo e ainda saímos repetindo a lorota de gente mau caráter dizendo que não dá para jogar dois campeonatos simultaneamente.

Palhaços de Circo

Futebol no Brasil é mais forte e passional que religião, política ou qualquer outra coisa. É o único esporte no mundo que consegue centralizar os mesmos sentimentos em uma nação de 15, 20 ou 30 milhões, seja ela qual for.

Uma nação de 15, 20 ou 30 é completamente heterogênea e isto que faz do futebol tão bonito, a democracia que ele possibilita.

No mesmo estádio e as vezes até arquibancada estão para ver o Corinthians jogar de Antônio Ermírio de Moraes até o sujeito que deixou de jantar três dias para estar lá.

Mais uma vez, esta é a beleza do futebol.

Agora, exatamente por isto é que quem está lá em cima, no comando, tem que ter total consciência de que será ouvido, interpretado e repetido pela mais variada platéia.

Sou são paulino, achei ridícula a palhaçada de zoar o rival na apresentação do Luiz Fabiano. Em uma festa que deveria ser são paulina, tinha gente que estava mais interessada em xingar o Corinthians do que celebrar a contratação. Idiotas que são não perceberam que passaram um atestado de grandeza ao alvi-negro. O mesmo vale para o Corinthians que em festa de 99 anos, data tão importante para o clube, coloca vídeo com um Bambizinho nas cenas. Ou quando seus dirigentes aproveitam qualquer momento de foco das câmeras para ironizar o rival e sua história. O fato é que estão se comportando muito mais como invejosos com dor de cotovelo do que gente que tem orgulho da bandeira que ostenta, uma vez que perdem um tempo precioso que poderiam falar do próprio clube zombando os rivais. Se a minha matemática está certa, parece que os rivais são mais importantes que o próprio Corinthians então.

Especificamente esta briga de São Paulo e Corinthians passou completamente dos limites. Todos são culpados, não importa quem começou ou porque começou, isto é coisa de criança. O que importa é que esta gente com intelecto de formiga precisa lembrar que eles estão sendo seguidos por milhões, e tem que lembrar também que dentro destes milhões se houver um porcento de torcedores com o mesmo intelecto dos seus representantes já é o suficiente para dar uma merda grande.

É por isto que a cada dia que passa os clássicos ganham mais sentido de guerra. Há muito tempo o clássico deixou de ser aquele dia que você sente aquele frio na barriga, misto de respeito, apreensividade e esperança para virar literalmente o dia de fúria.

Estes torcedores de gravata não enxergam são eles que estão matando o futebol aos poucos. E um dia, quando a porra da policia decidir que clássico é jogo de torcida única, virão reclamar de tudo aquilo que ajudaram a criar.

Tenho um amigo de minas que diz que dia de Atlético e Cruzeiro é só conflito com data marcada.

No Rio felizmente as coisas ainda se preservam românticas dentro do possível e um Fla-Flu ainda é o espetáculo mais lindo de ver. Isto é claro até o dia que algo acontecer e todos nós brasileiros perdermos este show para sempre.

O foda é que enquanto nossos dirigentes forem um bando de torcedores que usam terno e gravata não dá para cobrar inteligência destes. Zoeira, gozação é coisa de torcedor, este é o papel dele, o papel do dirigente é calar a boca e trabalhar, e isto, parece que não fazem com a mesma competência.

Só consigo concluir que estão na profissão errada.

http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2011/04/16/evento-de-marketing-no-corinthians-vira-palanque-para-provocacao-aos-rivais.jhtm

Ética?

Quem acompanha este blog pode ter certeza de que esperei com muita paciência e ansiedade pelo momento deste post. Eu tinha total certeza que seria apenas questão de tempo escrevê-lo, e se eu fosse um pouco mais ousado e menos preguiçoso o teria deixado preparado no mesmo dia que escrevi este AQUI.

Como eu disse no post citado, mais uma vez o nosso amigo Muricy Ramalho deixa um time grande na pior situação possível, pela porta dos fundos e principalmente… como vítima perante a mídia que tanto o ama.

Alguns podem dizer que foi o São Paulo que mandou embora o enviado dos céus que fez do tricolor paulista tricampeão brasileiro. Eu prefiro pensar que o São Paulo mandou embora o sortudo que o clube fez tricampeão. Parece clichê de são paulino magoado esta afirmação, mas ela é tão verdade que ninguém para para pensar que com o mesmo time o tal do Ricardo Gomes chegou em terceiro lugar no brasileirão 2009. Lembrando que ele pegou o time na zona de rebaixamento e na reta final do campeonato perdeu de forma no mínimo estranha quatro jogadores títulares nos últimos três ou quatro jogos, e mesmo assim chegou em terceiro.

Isto faz do Ricardo Gomes um míto? Um ótimo técnico?

É também acho que não, mas se é para cobrar coerência, cadê a nossa imprensa esportiva tão coerente gritando o nome de Ricardo Gomes como técnico top brasileiro?

Deixa para lá.

O que importa é que depois de um tempinho de férias nosso amigo atravessa o muro justo no ano que o Palmeiras arma um dos times mais fortes da década. Converso com amigos palmeirenses dizendo que não ganhariam nada no ano, que seria apenas questão de tempo o Muricy acabar com o belo futebol do time de Diego Souza e Cleiton Xavier.

Mais uma vez Muricy me dá uma força e não me deixa falar besteira.

Depois de mais um tempo e mais uma férias o treineiro vai para o Fluminense e ganha mais um brasileiro no seu maior estilo: sorte, sem querer, futebolzinho ridículo e dependendo totalmente de um jogador da genialidade do Conca. Não vamos esquecer também que ele dependeu da boa vontate de outros time ao entregar o jogo por pura rivalidade.

Beleza, título fantástico para o Fluminense como clube, que precisava urgentemente de um título como eu escrevi AQUI, mas nessa hora vou contra toda a imprensa.

Se ganhar assim é ser o melhor técnico do país e merecer a seleção brasileira vou começar a torcer pela Alemanha já!

Isto é futebol de São Caetano, time pequeno, não de seleção brasileira, referência do melhor futebol já existente nesta terra. Se um dia a nossa sagrada seleção de futebol for exposta a esta aberração inventada pelo São Paulo Futebol Clube eu juro que abandono a Sagrada Amarela por tempo determinado.

Agora eu lhes pergunto caros leitores, o que as três saídas tiveram em comum?

Nosso amigo treineiro e rei da ética, que adora dar exemplo para os filhos, sempre fez questão de falar muito mal dos times que pagaram seu salário no mês anterior.

Quando saiu do São Paulo e foi para o Palmeiras dizia que no Palmeiras o ambiente era ótimo, não tinha pressão, que era uma família e mais um monte de desculpas. Quando saiu do Palmeiras disse que tinha racha interno, jogadores não gostavam dele, diretoria pressionava e mais um monte de desculpas. Ao sair do Fluminense ele extrapola na falta de respeito ao time que pagava seu salário uma semana antes.

Isto é ética?

Isto para mim é inventar desculpa para a própria incompetência e ainda sair de vítima para a imprensa que o adora.

Há, vamos só lembrar de um detalhe: tanto no SPFC, Palmeiras e no Fluminense o nosso amigo aí tinha sempre o melhor elenco do Brasil, então não dá para falar que ele estava tirando leite de pedra como o Felipão está fazendo no mesmo estilo.

Muricy Ramalho é um cara inteligente, sabia que se acertasse com o Santos exatamente na mesma semana que deixou o Fluminense na mão teria vomitado em cima de toda palhaçada “ética” que ele tanto adora vender. Então ele espera passar três semanas, aproveita que é Brasil e que brasileiro tem memória curta e pode feliz da vida dizer que foi ético e que nem pensava na hipótese de ir para o Santos quando saiu do Fluminense.

Entrevista tão previsível quanto o futebol de seus times.

Daqui a mais um mês quando ele conseguir a proeza de deixar dois times a beira da desqualificação na mesma Libertadores vai dizer que Libertadores é mais sorte que competência, que o Santos teve azar, vai tentar colocar a culpa em mais algum costas largas e nós trouxas que somos vamos engolir tudo.

Mais uma vez tão previsível quanto seu futebol.

Confesso que a única coisa que me deixa ansioso para saber é a nova desculpa a ser inventada daqui a seis meses, porque dizer que o Fluminense não tem estrutura soa meio estranho afinal seis meses antes, quando o time estava sendo campeão brasileiro, a estrutura era a mesma. Correto?

O mais nojento é ver toda a imprensa colocando o Muricy no Santos como se este fosse a única solução do Peixe se este quiser ganhar alguma coisa este ano. De alguma forma muito estranha os valores se inverteram e os craques Neymar, Ganso e Elano já não representam mais nada.

Chega a ser uma inversão de valores tão ridícula quanto dizer que sem o Muricy Ramalho o São Paulo não teria sido tricampeão brasileiro e o Fluminense com Conca, Deco, Fred, Diguinho, Emerson e mais uma infinidade de jogadores de alto nível não teria ganho o BR 2010.

Arrisco dizer que se o time do ano passado tivesse nas mãos do Luxemburgo, por exemplo, o mesmo teria ganho com folga, de forma empolgante e sem asterísco nenhum. Assim como a seleção palmeirense de 2008 que se tivesse ficado na mão do Luxa teria sido campeã umas quatro rodadas antes.

Enfim.

Só resta agora é lamentar mais um grande time que vai perder seu futebol gradativamente e seus craques, que uma hora não vão mais conseguir fazer diferença, nos balões para a área vão acaber se desvalorizando, mas tudo bem, no fim do ano eles ganham mais um brasileiro sem querer e toda nossa mídia esquece o vexame inédito de foder dois times na mesma competição.

Mas é claro que agora o nosso Fluzão, sem o pseudo-melhor-técnico/marketeiro-da-humanidade, vai se classificar e vamos fazer questão de eliminar o Santos em algum mata-mata pela frente :).

Confesso que depois de toda batalha do último jogo e batalha para classificação, se isto acontecer o tricolor carioca rouba mais um espaço enorme dentro deste coração paulista.

Vai meu Fluzão!

Adendo:

Se o parceiro Luiz Ribeiro me permite gostaria de destacar este comentário fantástico que ele deixou logo abaixo:

Com relação ao tema principal, ética: correta a análise, o Muricy comportou-se como um diretor de uma empresa privada que pede demissão quando percebe que o barco vai afundar, só para preservar seu curriculum.
Muricy não é ruim, mas muito limitado. Eficiente, ganha títulos em campeonatos que exigem regularidade e não estratégia. Baseia seu trabalho em um pilar: reduzir todas as formas de risco. Usa estatísticas como bússola. Inibe fortemente jogadores talentosos de arriscarem jogadas de efeito, pois podem representar riscos para o time quando as jogadas não derem certo. Fortalece a marcação e a defesa em detrimento das jogadas de ataque, lançando 300 bolas por jogo na área, pois sabe que estatisticamente uma hora ela entra no gol. Usa garotos da base somente quando não há absolutamente outra alternativa, preferindo jogadores experientes já que, mesmo sendo inferiores tecnicamente a alguma jovem promessa, têm seu comportamento totalmente conhecido e previsto
Apesar de volta e meia alardear que foi pupilo de Telê Santana, nada tem do mestre. Telê era estratégico e visionário. Muricy é estatístico. A tão comentada disciplina que exige dos jogadores é distinta. Telê aplicava a disciplina de forma paternal, corretiva, construtiva. Muricy mais parece um feitor. Telê era ídolo de seus jogadores. Muricy é o chato.
Também acho que não vai dar certo no Santos, um time com características de risco,de improviso, de talento, vontade de fazer gols e mais gols, mas com defesa fraca. Vai reduzir o campo de ação do Neymar e do Ganso, e sobressair o Elano, que será a figura mais importante do seu time.”

Falou muito melhor que eu

Globo, Record, RedeTV – O Teatro dos Vampiros

Os últimos dias foram tumultuados em relação ao destino dos próximos campeonatos disputados aqui no Brasil. Politicagem pesada invadiu o cotidiano de torcedores comuns que se informam sobre seu time através de grandes portais.

Passamos a ver notícias das mais diversas siglas e nomes. Temos alguns times, Globo, Record, Rede-TV, C13, CBF, CPMF, PMDB, IBGE, INCRA e etc. :).

Agora, se quando a política só envolve o seu time já é nojenta imagina quando envolve gente grande, do tamanho dos que estão mexendo.

A atual diretoria corintiana, por interesse próprio, plantou a sementinha da discórdia. Mais uma vez foram pioneiros e disseram que iriam negociar os direitos de transmissão por suas próprias pernas. Perfeito, apóio em 100%, na verdade nem penso que foi de fato uma sementinha da discórdia, mas sim sair da sua zona de conforto, desafiar o status quo. Apóio em 100% mesmo. Se teve razão política, aproximação com o Ricardo Teixeira e os cambau não interessa. A justificativa principal deles já é suficiente: Eles queriam mais dinheiro, ponto!

De uma forma MUITO estranha os clubes do C13 meio que não tinham interferência nenhuma nas decisões que iriam estar submetidos. Tinha lá meio que uma “votação” para decidir o presidente (mais politicagem), mas nas decisões do cotidiano os clubes estavam de mãos atadas. Futebol é dinâmico demais para uma organização deste tipo. Por exemplo: é absurdo um clube não poder fazer nada caso o C13 decida não transmitir os jogos na capital para o estado de São Paulo.

Ridículo de tão absurdo.

Mais uma vez os clubes perderam a consciência de que eles são o espetáculo, sem eles não há C13 e nem cota milionária de TV.

Então o Corinthians de forma inteligente tenta arrastar o Flamengo e mais um monte de gente, e como a lógica é simples eles vão. Negociar os direitos você mesmo é infinitamente mais lucrativo do que pelo C13, é igual comprar produtos no fabricante. Ao retirar o intermediário você tira aí uma boa parcela que iria para sustentar o que tanto te prejudica, no caso o C13.

Não se enganem meus amigos o São Paulo F.C. só segue brigando pelo C13 porque Juvenal Juvêncio é o vice-presidente por lá e tende a ser o presidente, então a manutenção do C13 representaria mais poder, palavra que ele tanto ama. Também não se enganem com este joguinho de bom moço, prejudicado e boicotado que o São Paulo está fazendo, é teatro.

É óbvio que o São Paulo mais cedo ou mais tarde vai fechar com a Globo, a única diferença é que quanto mais ele demorar mais ele vai se isolar dos outros clubes e da futura parceira. Peço a todos que pensem. Futebol na Globo é quase cultural no nosso país. Não discuto a qualidade da transmissão, mas em diversos lugares a TV simplesmente fica ligada do Globo Esporte até o Fantástico.

No bom português: É foda brigar com a Globo no domingo, por mais que eu odeie reconhecer isto.

Na Globo o patrocínio do seu time vale mais, as placas do seu estádio valem mais, a marca da chuteira dos seus jogadores vale e a marca das luvas do Rogério Ceni vale mais. A Rede-TV pode dar o patrimônio inteiro dela para o São Paulo e ainda não vai compensar.

Imagina você, investidor, dono do banco BMG. Você dá 20 milhões de reais pro São Paulo estampar sua marca na camisa porque conhece o fator cultural que eu citei, tem certeza que atingirá todas as regiões estabelecidas no contrato em boa qualidade de imagem, conhece aquele por fora para a globo dar aqueles closes fantásticos na sua marca que só eles sabem e ainda fazem parecer que foi um acidente e tudo mais. Aí o São Paulo resolve mudar para a Rede-TV. Você como investidor, por mais que a emissora forneça garantias não vai confiar. A final a Rede-TV nunca passou jogo de futebol de alto nível na vida, os poucos que passam são uma porcaria com imagem que falha aqui em casa e eu moro no interior de SP, imagina lá no mato grosso do sul. Ninguém vai lembrar do jogo de futebol na Rede-TV. Porra a Hebe com o mesmo programinha porcaria saiu do SBT com vinte pontos de ibope, foi para lá, chamou um monte de artista famoso e tudo mais e não passou de dois.

Nem eu que sou são paulino investiria no São Paulo nessas circunstâncias.

Parece besteira o fator cultural, mas pesa DEMAIS, ignorá-lo é estar fadado ao fracasso. Então como eu disse o São Paulo e os outros clubes que querem a sobrevivência do C13 vão ceder. Se não cederem vão perder dinheiro da forma que nunca perderam. Por isto que afirmo é tudo teatro para o torcedor pensar que seu clube é o puritano defensor da ética.

Não é. Se fosse não estaria tentando mudar o estatuto do clube para forçar re-eleição.

Como eu disse concordei em 100% com a atitude do Corinthians em sair do C13, só não concordo é com o que fizeram depois. Neste post, tentei mostrar como um clube depende do outro para sobreviver.

Tentei mostrar como A. Mineiro sem o Cruzeiro não é nada e Internacional sem Grêmio também não é.

Isto é tão lógico como estranho a forma que os torcedores não entendem isto. O que vocês acham que vende mais, uma final de campeonato carioca com Flamengo com Gaúcho, Tiago Neves, Imperador e outras estrelas contra o Fluminense de Deco, Fred e Conca ou uma final de carioca do mesmo time do Flamengo contra um catado qualquer do Fluminense?

Jogo bom vende mais, entra para a história, arrecada-se dinheiro com ele por uns dez anos. Este é o motivo que quando um time grande do estado fica mal das pernas o estado inteiro paga certo preço, por mais que insistam em não notar e dizer que é diferente. Corinthians e Palmeiras na segunda divisão foi um crime contra o São Paulo Futebol Clube, o Santos e o futebol brasileiro, que enfraquece. Os poucos clássicos que haviam não despertavam nem interesse pois você meio que já imaginava o resultado.

Não adianta o seu time trazer o Messi se não tem contra quem ele jogar, um time precisa do outro. Aí me vira o Corinthians e fala: “- A gente conseguiu a nossa picanha agora vocês é que se virem para tirar a sua fatia do acem”.

Tão ridículo quando continuar no C13.

Você realmente acha que o Bahia vai conseguir uma cota perto do que conseguia quando estava filiado ao C13? Óbvio que não, não chega nem perto, mas para os dirigentes corintianos isto não é problema deles.

É sim. Aqui e aqui eu falei de que o futebol tem que ser nivelado pelo mais forte. O mais forte cria situações para que o mais fraco se desenvolva, fique forte e deixe o futebol nacional ainda mais influente, e esta é uma destas situações.

Eu sei que entender isto é quase impossível pra um monte de torcedor com QI de um macaco prego, mas é assim que a bola rola.

Se o Corinthians tivesse saído e chamado outros times para a criação de uma outra liga, onde todos tivessem poder de decisão, os contratos pudessem ser negociados com mais força ainda, eles teriam sido perfeitos, mas esta postura de “Eu tenho o meu e foda-se o resto” é postura de torcedor e playboyzinho mimado criado em apartamento.

Mais uma vez eu digo, nosso futebol nunca se desenvolverá como na Europa enquanto um bando de torcedores de gravata estiverem no poder. Nosso futebol será sempre do tamanho da visão destes diretores.

Talento não falta no país do futebol e como futebol não se aprende na escola, a parte que precisa de raciocínio e inteligência não se desenvolve aí dá este lixo que vemos todos os dias nos jornais.