Existem clássicos e clássicos

Sou são-paulino de nascença e fanático. Muito mais torcedor do que alguns outros são-paulinos pensam que sou quando conversam comigo. Como torcedor fanático aprendi desde pequeno a respeitar um clássico como aquele jogo que você não fala, não ouve e não confraterniza… Não era um dia de futebol, era um dia de clássico!

Mais novo eu tinha o clássico como aquele dia que você não respira direito e a barriga começa a apertar umas cinco horas antes do jogo. Não existe rival, não existe amigo nem mais nada. Sou eu e meu time, e os poucos que ultrapassavam esta barreira não eram recebidos da maneira mais cortês.

Finalmente eu cresci e deixei de ser burro!

Os clássicos continuaram não sendo um dia comum de futebol, se tornaram muito mais, viraram praticamente uma ode ao futebol. Esta maturidade me proporcionou um privilégio que poucos têm aqui no Brasil: passei a apreciar um Cruzeiro e Galo com o mesmo prazer que eu assistia meu time a jogar contra o Corinthians. Acreditem, continuo amando meu time com a mesma intensidade de sempre, enganam-se os que pensam que vesti qualquer tipo de casaca. A única diferença é que quando menor eu nunca gostei de futebol, eu gostava de São Paulo Futebol Clube, agora, eu amo o São Paulo, mas aprendi a ver a beleza do futebol brasileiro. E admito que estou muito melhor assim.

Dei voltas e voltas neste resumo futebolístico da minha vida apenas para compartilhar com vocês que não suporto mais os clássicos do estado de  São Paulo. Não os suporto porque os mesmos morreram há alguns bons anos.

Neste Domingo eu tinha uma escolha centenária para fazer, assistir há um tradicionalíssimo Santos e Palmeiras ou a um mágico Fla-Flu? Escolha mais do que fácil, admito. Fla-Flu sempre!

Os clássicos do estado de São Paulo são uma ofensa ao futebol mundial, são ridículos. Um jogo com bicuda, trombada, agressão e covardia que nem Muricy, Felipão e Parreira juntos conseguem colocar algum tipo de defeito. Não assisto a um clássico paulista há um bom tempo, mas garanto que o leitor que procurar em qualquer arquivo de internet encontrará escalações com um time inteiro de zagueiros e volantes ao somar os dois times.

Não assisti ao jogo de hoje entre Santos e Palmeiras, mas pelo que ouvi falar devia haver uns quinze volantes e zagueiros em campo, seis só do lado que joga de verde. Me recuso a comentar qualquer jogo deste nível, se eu quiser ver pancadaria vou para o MMA, se eu quiser ver um jogo truncado cheio de pancadaria existem opções melhores que o futebol.

Me pergunto constantemente quando e como foi que isto aconteceu? Quando o futebol paulista se esqueceu do que representa e o carioca retomou suas origens?

Tenho certeza que parte deste lixo futebolístico é um reflexo cultural. O povo carioca segue como sempre irreverente, arrojado, e sempre priorizando a individualidade. O paulista, chato e pedante de nascensa, viu no futebol pragmático a oportunidade de chegar a lugar nenhum. Não entendo um povo que pensa que atingirá a hegemonia de qualquer esporte ao deixar de pratica-lo.

Hoje o Brasil assistiu um à um Flamengo e Fluminense digno de futebol brasileiro, um jogão, o paulista que resolveu assistir um clássico da casa assistiu a um jogo ridículo, como o último São Paulo e Corinthians e todos os outros clássicos que consigo me lembrar.

Enfim, eu realmente sinto por escrever estas palavras e por ter este tipo de sentimento, mas finalmente esta gente pragmática, chata e arrogante conseguiu destruir o que tinhamos de melhor neste estado.

Destruíram homeopaticamente. Primeiro proibindo nossas bandeiras, agora tentando destruir as organizadas, preferindo os volantes aos atacantes, o um a zero ao cinco a quatro e tudo o que faz do futebol a maior invenção do homem.

Nosso povo hipócrita está quase vencendo, e em breve seremos perfeitos babacas que torcem sentados em nossas super tecnológicas e elitistas. Ficaremos orgulhosos em pagar cento e oitenta reais o ingresso e simplesmente aplaudiremos um lindo gol bicicleta como bons Europeus sem identidade que nos esforçamos para ser.

As vezes eu realmente espero que isto aconteça pois então, NÓS, o povo aqui de São Paulo, teremos tudo que merecemos. Um rio cheio de merda e um futebol que anda tanto quanto nosso trânsito. Aí talvez pararemos de nos preocupar com bobagens como futebol e focaremos no trabalho, afinal, somos paulistas, a locomotiva que move este país e carrega o resto do Brasil nas costas não é?

PS.: Vomitei demais ao escrever este texto, acho que a parte brasileira que vive em mim não suporta mais o paulistinha arrogante que precisei acordar para escrever este último parágrafo, mas garanto a todos vocês que farei o máximo para corrigir este defeito de minha personalidade.

Viva o Fla-Flu, o clássico mais bonito do mundo!

E aos queridos amigos tricolores, não foi roubado como disseram que foi. Houveram duas bicudas de fora da área lindas, que nenhuma tática ou técnica consegue parar.

O Flu jogou demais e está jogando demais e tem tudo para continuar sua sequencia.

#forateixeira

Aos amigos que mesmo sem post algum continuaram dando uma passada neste blog eu só peço desculpas, o mês de agosto, do cachorro louco, chegou para mim um pouco mais cedo e eu fiquei muito, mas muito enrolado com o trabalho. Estava tão inapto a escrever neste espaço e tão fora do mundo do futebol que só hoje fiquei sabendo de algumas antigas notas, como a nova cirurgia do Luiz Fabuloso, que o Wellington Paulista de fato saiu do Palmeiras, que o Verdão comprou o Luan e que o Santos tá perdendo tudo depois da Libertadores.
Enfim, agora estou de volta e podemos voltar a trocar idéia sobre o assunto mais importante da humanidade :).
Como eu disse fiquei bem por fora do mundo do futebol, porém não pude deixar de notar a inesperada pseudo-revolta dos brasileirinhos no twitter contra o Senhor do Futebol no Brasil. Vi gente que não saca uma pica de futebol falando do assunto, então imaginei que quando voltasse com o blog teria no mínimo a obrigação de dar uma cornetadinha.

Só que ao contrário da maioria dos jornalistas que falam o que o torcedor, neste caso todos os brasileiros, quer ouvir vou propor uma visão por outro ângulo dos acontecimentos.

Começando pelo início. Quando me perguntam o que eu penso de Ricardo Teixeira a resposta vem na ponta da língua, sem o menor medo de ser feliz: Acho o cara um puta sujeito competente pra caralho! Com estas palavras mesmo.

Quem conhece a CBF sabe que é uma organização privada dona dos direitos do futebol brasileiro e que a mesma responde diretamente aos nossos clubes: meu tricolor, seu Corinthians, Grêmio e a todas as outras agremiações. Quem conhece a CBF também sabe que assim como a maioria das organizações privadas a mesma elege seu líder, o líder do futebol brasileiro, através de eleições formais onde o presidente de cada clube que responde a CBF tem o seu direito a voto.

Dá para fazer o paralelo com uma empresa e seus acionistas.

A política de reeleição varia de acordo com a organização, afinal, a mesma é particular e não pública, e sinceramente nem acho essa política de reeleição tão importante, afinal, se o sujeito é bom ele é consagrado e se é ruim é limado no primeiro mandado, concordam?

Então se um sujeito que responde diretamente aos presidentes das maiores agremiações nacionais, e sua permanência no poder depende diretamente destes mantém-se no poder por mais de vinte anos o que mais vou pensar dele?

O que você pensaria? O mesmo que eu.

É um puta sujeito competente que há duas décadas consegue agradar a todos os mandantes do futebol nacional.

Estou errado em pensar assim?

Acredite, seu time teve a oportunidade de votar contra o Teixeira e acabar com essa farra umas quatro ou cinco vezes, se não o fez foi porque estava do agrado com a política do sujeito.

Tão claro quanto a água, concordam?.

Antes de qualquer blábláblá gostaria de dizer que não concordo com os métodos do presidente, nem com suas idéias, mas o presidente do meu time concorda, então parece que está agradando. Pra quem não entende este caso de malandro entre times de futebol e o presidente da CBF, vou chover no molhado e falar o que todo mundo sabe ou deveria saber: o meu time tem rabo preso com o cara, o seu time tem rabo preso com o cara e a globo têm também.

Vou discutir com esta galera? Um monte de gente mais importante, rica e inteligente que eu. Parece que tá bom pra todo mundo, como é que eu que não sei nada do que acontece lá dentro vou protestar? Não tenho conhecimento do que acontece e nem base pra ficar insatisfeito. Não é conformismo, longe disto, quem me conhece sabe que sou completamente a favor de manifestações, mudança de status-quo, passeata e tudo mais, só que fazer um ridículo #forateixeira no twitter me envergonha e envergonha meu avô se um dia o velho tivesse pensado na hipótese de ir as ruas protestar junto a UNE.

Os cariocas estão insatisfeitos com os trinta milhões gastos pelo governo estadual? Então porque votaram no tal do Sérgio Cabral em primeiro lugar? Imolam a cidade maravilhosa todos os dias com violência e miséria, e de repente os moradores da zona sul resolvem fazer uma twittaria e passeata por causa de uns trinta milhoezinhos jogados no lixo?

Juro, não é conformismo, mas é burrice. No dia primeiro de Janeiro vocês dão poder ao governador que bancou tudo isto e agora que não dá pra fazer mais nada resolvem protestar. Reclamam da grana que a carioquíssima Vênus Platinada embolsou para organizar o evento, e da distorção nas notícias do Jornal Nacional, mas fazem questão de votar a cada paredão do Big Brother Brasil e não perdem um capítulo da novelinha das oito?

Essa gente tem o direito de protestar? Claro que tem, toda manifestação com propósito pode ser bem-vinda, mas é burrice. Para a maioria valeria mais a pena ficar em casa assistindo o Caldeirão do Hulk e depois o sorteio da Copa do que ir as ruas em pleno sábado para protestar contra uma coisa que você ajudou a criar e ajuda a manter.

Se eu gosto do Teixeira? Não, acho um filho da puta. Se eu gosto do Juvenal Juvêncio, presidente do meu clube que ajudou a colocar Teixeira em seu posto? Odeio também, mas sou tão babaca, mas tão babaca que sou sócio torcedor são-paulino há cinco anos pagando uma notinha anualmente para o time.

Posso protestar? Claro que posso, tenho todo o direito, mas me sentiria mais idiota do que agora enquanto escrevo estas linhas.

Os paulistanos reclamaram do Itaquerão? Parabéns aos amigos trouxas que votaram no Geraldo Alkimin e nos vereadores de voto a favor. Não sei se os que estão tão indignados notaram, mas quem os colocou lá foram vocês. Felizmente não votei no Alkimin, votei no Skaff, mas por conhecimento histórico da alienação da elite paulistana votei com a certeza que estava jogando meu direito no lixo.

E quando alguém me pergunta o que eu penso sobre Andrés Sanches, mais uma vez respondo: é competente demais, sou fã e gosto muito do cara, desta vez sem ironia.

PS.: Aos amigos que não viam um post neste blog há algum tempo e de repente se deparam com tanta politicagem eu mais uma vez peço desculpas, apesar de eu adorar o assunto a idéia deste blog em momento algum é falar de politicagem, muito pelo contrário, falamos de assuntos importantes :), mas os não alienados percebem facilmente o quanto damos voltas em torno do mesmo eixo.

Blá, blá, blá Wiskas sachê

Não me impressiona o quanto a imprensa esportiva brasileira é um lixo, pra dizer a verdade o que me impressiona é o tamanho da mediocridade que a mesma pode chegar.

Pediram Neymar e Ganso ao Dunga, na verdade continuam pedindo, está aí, os garotos vieram e porra nenhuma aconteceu. Queimaram o Dunga por motivos pessoais e agora que viram que nada mudou estão querendo queimar o pobre Mano Menezes.

Mano Menezes, de forma inteligente e covarde, observando o lamentável fim que seu ranzinza predecessor teve deu tudo que a imprensinha pediu, de Júlio Cesar a Pato, achando que assim se resguardaria das críticas. O problema é que infelizmente para ele nossa imprensa não dá a mínima há suas contradições, e faz questão de ter a memória mais curta do que a do brasileiro padrão.

O time brasileiro dá show de bola? Óbviamente não.

Tem potencial para tal?

Até tem sim, foi um pouco má escalada, mas com o elenco que possui hoje tem potencial, o problema é que nenhum time do planeta, nem a melhor seleção de todas mostra resultado em dois jogos, ainda mais quanto busca o tal do futebol arte. Se este tipo de futebol fosse fácil de ser encontrado não teria este nome.

Dê paciência ao Mano, ao Neymar, Ganso, e cia.

Eles não estão jogando merda nenhuma? Ninguém está!

Nenhum time joga futebol juntando um catadão aqui, outro alí e colocando em campo. Mano ainda não encontrou o melhor time e o próprio time mostra que tem dificuldades de entrosamento.

Lucas Leiva e Ramirez não se entendem na marcação, não alternam subidas e deixam o meio de campo exposto em alguns momentos.

Os zagueiros são ótimos mas dão umas batidas de cabeça ainda.

Coisa de time que não se conhece.

Vamos dar tempo ao Mano, afinal, até onde me lembro todo mundo que foi pedido o Mano trouxe. Você pode questioná-lo como técnico, como pessoa ou como qualquer outra coisa, menos como fantoche dos chefes.

Mano fez certinho o que lhe pediram só que agora quem lhe pediu começou a queimá-lo com três jogos! Só não dá pra dar muito crédito pra gente que muda de opinião a todo o instante né? Deles só entendo blá, blá, blá, wiskas sachê!

A origem do 8

Neste Domingo a seleção estreiou na Copa América e ao contrário de todo o oba oba da imprensa o time foi mal demais.

Como eu sempre costumo dizer um time nunca é ruim demais quando perde e nem é tão bom quando ganha. Hoje a Venezuela entrou para se defender, o que naturalmente dificulta o futebol brasileiro, e aliado a fatores como o nervosismo do primeiro jogo pela seleção, time jovem e competição complicada o Brasil não acabou goleando como todo mundo imaginava.

Sobre as atuações ruins da maioria dos jogadores eu juro que não me preocupo nem um pouco, este time ainda tem muito para crescer atuando junto por mais tempo e aos poucos os caras vão se soltando na competição, isto é natural, o que me preocupa um pouco é o quanto time está penso no meio de campo e a forma que o Mano Menezes fez tudo, menos ver o buraco na meia.

Quando a Venezuela deu uma avançada na marcação o Brasil foi incapaz de fazer a ligação do meio com o ataque, o Ganso estava de costas e sempre isolado.

Vou explicar melhor e vocês vêem se concordam. O time foi escalado desta forma:

Júlio

Daniel – Lúcio – Thiago – André

Lucas – Ramirez

Ganso

Neymar – Pato – Robinho

No sistema defensivo e as laterais não tivemos novidade nenhuma, o Thiago é que deu umas entregadas naturalmente nervoso, mas não comprometeu e atuou muito bem de um modo geral.

Agora vamos falar sobre o meio e o ataque. Na cabeça do Mano, do Milton Nevez, do Casagrande e na cabeça de todo do brasileiro o Ganso ia chegar colocando nossos três atacantes na cara do gol umas trinta vezes, nós iamos ganhar de vinte a zero e seriamos felizes para sempre.

Legal, esqueceram só de combinar isto com os venezuelanos.

Para dar libertade para o Ganso fazer estes trinta passes que estavam na cabeça do Mano, ele prendeu nossos dois volantes e eliminou o que eles tem de melhor, a saída de bola. Os dois atuaram como volantes marcadores e subiram pouquíssimas vezes com qualidade. Para não isolar o Ganso, na cabeçado do Mano, Neymar e Robinho deveriam trocar de posição e vir buscar a bola para ajudar o Paulo Henrique, o foda é que com uma boa marcação no nosso camisa dez e o mesmo pouquíssimo inspirado a Venezuela conseguiu foder o jogo do Brasil inteiro.

A seleção Canarinho ficou com dois primeiros volantes para dar libertade a um cara que sem jogar uma partida pela seleção virou o salvador da pátria, e aí perdemos completamente o meio de campo.

Antes de continuar gostaria de dizer que não estou cornetando e nem metendo o pau no Paulo Henrique Ganso, na verdade achei até natural a atuação dele, eu estou metendo o pau na expectativa que todo mundo colocou em cima dele achando que era a solução de todos os problemas do maior time do mundo. O torcedor santista tem o direito de se iludir deste jeito, a galera aqui no boteco do Zóio na esquina de casa também tem este direito, quem não tem este direito é o chefe Mano Menezes, e pior, ele tem menos direito ainda de ficar sem um plano B como ficou hoje.

Vocês aí conhecem a origem do camisa 8 no futebol?

Históricamente o camisa oito de um time de futebol é aquele cara que joga do lado do dez. Ele ajuda na criação, desafoga a marcação no dez, e em jogos de pouca inspiração do criador ele assume a responsabilidade, resumindo é o assistende do protagonista. Na seleção de 2002, se não me falha a memória este cara que atuava do lado do Rivaldo era o Kléberson, na de 2010 acho que era o ótimo Gilberto. Nos clubes, onde não dá pra ter o luxo de ter dois meias, em geral os treineiros preenchem este espaço com um segundo volante de qualidade e é aí que um time ganha ou perde um jogo.

Sem este camisa oito o Ganso ficou sozinho e virou presa fácil da marcação. Neymar e Robinho voltavam, mas como o Ganso estava de costas para falar com os primeiros volantes, o que é errado, ele nunca conseguia iniciar de fato uma jogada com os dois pontas que voltavam, este foi um dos motivos das atuações apagadas dos pontas do time brasileiro.

O que me deixa mais puto é como o Mano Menezes, Casagrande e mais um monte de gente que ganha pra isto não conseguiu ver uma coisa que eu e algums leitores tinhamos falado neste post feito há um mês na convocação. Porra os caras ganham pra isto e não enxergam metade do que aconteceu de fato.

É nesta hora que se o Thiago Neves tivesse sido convocado, com certeza os venezuelanos teriam um problema a mais para se preocupar, sem falar que o cara é foda e sempre assume a responsabilidade quando o bixo chega.

Só que não vamos chorar o leite derramado, Thiago Neves já está fora e pronto.

Qual a solução pra este buraco no meio de campo?

O Mano teve a capacidade de colocar o Fred e ficar com dois avantes, mas não conseguiu enxergar o problema na meia. De duas soluções uma. No pior dos casos o Mano libera o Ramirez para subir e atuar como elemento surpresa, como o Elias era no Corinthians há um tempo atrás e ele atua como oito, ou o Mano opta pela solução mais inteligente, tira o Robinho, coloca o Lucas ao lado do Ganso e também solta o Ramires :).

Em qualquer um dos casos ele solta o Ramires porque atuar com os dois lá atrás é coisa de time pequeno e retranqueiro. O que muda de um cenário para o outro é a responsabilidade do Ramires.

No cenário um a seleção fica com a meia mais desprotegida, fica só o Lucas Leiva marcando o que pode deixar o time vulnerável, principalmente se pega um Messi inspirado. No cenário dois, o Lucas seria uma preocupação a mais para os marcadores do adversário, desafogaria o Ganso, e como o garoto são-paulino vai pra cima e é driblador ele levaria sozinho em algums jogadas uns dois ou três marcadores, como faz no São Paulo, desta forma ele liberaria marcação no Ganso e até em um dos atacantes.

Neste cenário dois o Ramires atua solto, para aparecer de vez em quando como elemento surpresa, mas não carrega a responsabilidade de ser nosso criador em dias de falta de inspiração de Paulo Henrique Ganso.

Em fim, esta foi minha leitura do jogo. Como não ganho um décimo do dinheiro do Mano ou do Casagrande, pode ser que eu esteja falando merda, mas pra falar a verdade acho que não estou não.

Ainda acho que a seleção brasileira é o melhor time desta Copa América, basta que não nos sabotemos como fizemos hoje e que o Mano pare com a síndrome de Carpegiani achando que é só colocar atacante que os gols vão sair e passe a assistir o mesmo jogo que o resto do mundo está vendo. Ainda confio no técnico e o acho muito bom e tenho certeza de que vamos ganhar essa porra!

PS.: Para os oportunistas que acharam que o Ganso e o Neymar iriam chegar na copa do mundo resolvendo sozinhos qualquer jogo difícil este foi o recibo de idiotice. Não existe milagre, os moleques são ótimos, mas tem outro time jogando do outro lado também, tá? E uma novidade para vocês, a imprensa futebolística não sabe porcaria nenhuma de futebol viu!

Parabéns Gigante

É campeão Vascão, parabéns Gigante.

Finalmente dá pra soltar o grito emperrado faz duas semanas!

Confesso que quando o time venceu o Avaí eu não me contive, fiz um post sobre a grandeza do Vasco e sua incrível retomada. Pra mim não importaria o resultado da final. Campeão ou não o Gigante da Colina estava de volta e já era uma realidade no cenário nacional. O título em si não representaria nada comparado à satisfação de ver o Vascão brigando novamente em alto nível por um campeonato.

É magia negra, mandinga, vodu?

Não.

A resposta é tão simples quanto antiga.

Trabalho e seriedade.

O Dinamite merece um busto em São Januário e na CBF por tudo que fez pelo Vasco e pelo futebol brasileiro, dentro e fora de campo. Humilde, quieto ele foi subindo um degrau de cada vez, até finalmente re-colocar o Gigante em uma posição que jamais deveria ter saído.

O jogo final? Foi lindo e com um toque de Vasco, um toque de sofrimento.

Quem assistiu a final da Mercosul de 2000 sabe o que é este toque de Vasco. Lembro-me deste como um dos maiores jogos de futebol que já vi na vida. Até hoje brinco com um amigo palmeirense que foi dormir (para trabalhar no dia seguinte) quando o Palmeiras fez três a zero crente de que o título estava ganho. Pobre, coitado, não conhecia o baixinho e nem o Vascão.

A Libertadores aguarda o Gigante da Colina, com muito trabalho e seqüência o Vasco chega sim como favorito, como qualquer time grande brasileiro deve ser em qualquer competição.

Indo um pouco na contramão da euforia dos jornais eu lhes pergunto caros amigos:

Ricardo Gomes de um ano para o outro virou um gênio?

Jogadores como Eder Luiz e Alecssandro se tornaram craques do dia para a noite?

É claro que não.

Não viraram gênios, assim como não eram os piores profissionais. O Vasco dá uma lição para qualquer um ver. Para ganhar é preciso comprometimento. Da diretoria com o técnico, do técnico com o time e do time com a torcida.

A diretoria tem que tratar o técnico como profissional, dar recursos pra ele fazer o bolo. Até hoje por mais genial que fosse um técnico nunca vi alguém ganhar algo com um monte de jogares ruins. Nem os mais gênios, de Telê a Luxemburgo, ninguém faz milagre.

O técnico tem que ser parceiro do time, fechar com o mesmo. E o principal, o time tem que tratar a torcida como seu maior patrimônio e não como um banco de clientes de ópera que vão ver um show na Quarta e no Domingo e que quinze minutos depois param de vivenciar o que acabaram de presenciar.

Todos têm que entender que o futebol é a vida dos brasileiros. É o MEU São Paulo, o SEU Vasco, Corinthians ou Palmeiras. Aquele time é MEU, é a minha história que está em jogo, é a minha vida.

Não brinquem com isto.

Hoje o Vasco, diretoria e elenco, ensinam uma lição ao Brasil inteiro. Honra ao manto.

Honrem o meu manto porra! Ele é a minha pele.

Agora é torcer

Dúvido que alguém não tenha visto, mas dar uma olhada na listinha do Mano:

Goleiros
Julio César (Inter de Milão)
Victor (Grêmio)

Laterais
Daniel Alves (Barcelona)
Maicon (Inter de Milão)
André Santos (Fenerbahçe)
Adriano (Barcelona)

Zagueiros
Lúcio (Inter de Milão)
David Luiz (Chelsea)
Luisão (Benfica)
Thiago Silva (Milan)

Volantes
Ramires (Chelsea)
Lucas Leiva (Liverpool)
Sandro (Tottenham)

Meias
Elano (Santos)
Elias (Atlético de Madri)
Paulo Henrique Ganso (Santos)
Jadson (Shakhtar Donetsk)
Lucas (São Paulo)

Atacantes
Neymar (Santos)
Robinho (Milan)
Fred (Fluminense)
Alexandre Pato (Milan)

A primeira coisa que tem que ser falada é que esta lista é irrepreensível no gol, nas laterais e na zaga. Perfeita. Agora vamos seguir a ordem das posições em campo.

Volantes:

Estou viajando demais ou Elias e Elano não são meias nem aqui e nem na Argentina. Acho os dois jogadores fantásticos, inclusive considero o Elano um grande craque, mas meia? Até onde eu sabia os caras são volantes. Sempre jogaram assim. O Elano no Santos joga de segundo volante, chega a frente, exatamente como o Elias fazia no Corinthians.

E não é só uma questão de sintaxe e posição na lista, mas se ele quer levar mais volantes que leve, só que nas minhas contas já são cinco volantes. Isto porque não conheço o tal de Jadson.

Minha lista de volantes seria: Elias, Elano e Sandro.

Lembrando também que não tem nenhum primeiro volante aí, mas foi uma escolha do Mano e do seu esquema tático.

Meias:

Esta é de longe a região do time que mais me preocupa. Riscando Elano e Elias desta parte pelos motivos já citados temos Jadson, Ganso e Lucas. Não conheço o tal de Jadson então vou dar um crédito ao professor e colocá-lo na minha lista também. Então sobra Lucas e Ganso.

Estou percebendo é que o Mano, o Brasil, o Galvão e o Casa Grande, que falou dele na transmição inteira ontem, estão colocando muita fé e responsabilidade nas mãos de um moleque que ninguém sabe o que pode dar.

O Ganso é bom de bola? É, jogou muito no Paulista, mas o que ninguém lembra é que o cara não joga futebol a mais um ano. Nós estamos colocando nas mãos de um cara a um ano parado a responsabilidade da criação da melhor seleção do mundo. É a camisa de Pelé e do Zico porra!

Imaginando que técnicamente ele jogue demais, e o físico dele?

Confesso que pra mim isto ainda é uma incógnita. O cara jogou três jogos pelo Santos e já ficou mais três meses parado. E se dá uma merda com a musculatura fora de ritmo e ele fica duas semanas fora no meio da Copa América?

Acho que a Copa América nem dura duas semanas.

Porra, tá faltando mais meia.

Eu chamaria o Thiago Neves, o Diego, o Alex, ou qualquer outro só pra compor o elenco. O complicado é que no Brasil os melhores meias são Conca e Montijo.

Thiago Neves não poderia ficar de fora jamais, joga muito.

Agora sobre o Lucas. Podem dar a dez pra ele, e ele continuará sendo um meia atacante. O Lucas não tem perfil criador, ele parte para cima. Eu o levaria sim, mas não pra deixar ele na reserva do Ganso, ele é reserva do Robinho. Joga melhor assim no SP e se o Lucas fosse tão meia assim o SPFC não estaria chorando todo dia porque não tem um meia criativo.

Eu levo o Lucas, mas o coloco na listinha de atacantes.

Eu consideraria levar o Oscar do Inter, ex-SPFC. O garoto mostra que tem futebol pra ir para a seleção e seria uma boa para compor elenco já que a moda é renovação.

Como eu disse a listinha de meias na minha opinião é a mais precária, e é justamente onde nossos adversários tem mais força.

Ataque:

No ataque eu também não acho que a coisa esteja tão boa quanto parece. Neymar é unanimidade, concordo.

Sobre o Robinho, não sei quanto a vocês leitores, mas eu estou farto dele com a camisa da seleção e acho que seu tempo de Brasil já foi. Está mais que claro que não é jogador de decisão e que abre o bico quando a coisa aperta, é muito mais show-man do que boleiro mesmo.

Alexandre Pato é outro que nunca ví algum futebol que justifica-se o auê em cima dele. Pra mim o futebol do Pato é igual nota de cem reais, tem gente que diz que existe, mas eu mesmo nunca ví uma de verdade :). Nos poucos testes que o Mano fez com ele na seleção o cara perdeu uns gols ridículos e não mostrou nada que justifica-se.

O Nilmar seria um nome que eu levaria.

E pela fraca safra acho que o Fred até se justifica na lista de atacantes. De cabeça eu não consigo lembrar de alguém MUITO melhor que ele para assumir a vaga de referência lá na frente. Do jeito que está fraco eu acho que se o Luiz Fabiano tivesse sido operado duas semanas antes eu o levaria, me fala um nome para assumir a referência?

Hulk?

Enfim, de um modo geral não gostei muito da escalação do Mano. Achei bem conservadora para ele que propôs expurgar Dunga e seu futebol truncado da seleção.

Se a idéia era trazer o futebol arte de volta acho que a coisa não começou tão bem.

Resta a nós torcer para que tudo dê certo e um Sambinha toque mais uma vez na cidade do Tango.

O que acharam da escalação?

Bem Vindo de Volta

Bem vindo de volta!

É só isto que nós podemos dizer a um gigante quando este acorda de um pesado sono.

Finalmente Vasco retomou um posto que jamais deveria ter encostado.

A fórmula é tão simples que qualquer idiota feito eu consegue entender: humildade, organização e uma diretoria comprometida com o time e com a torcida. Ao contrário de outros times grandes o Vasco não sofre com a carência de bons meias, o Vasco tem quatro meias de bom nível. O elenco não é recheado de estrelas, mas é equilibrado. O time se reforçou, manteve a sequência de um trabalho e hoje colhe os frutos. Todos os méritos para uma diretoria trabalhadora e silênciosa.

Pergunto quantas vezes vimos o Roberto Dinamite na mídia com declarações polêmicas ou qualquer outro tipo de notícia onde o Vasco não fosse o foco?

O Vasco nos prova mais uma vez que quem é grande ou melhor gigante jamais se apequena.

Um time grande que conhece sua história e a responsabilidade que carrega no peito ganha de um nanico em qualquer lugar do planeta, em qualquer condição. O jogo pode ser na Ressacada ou no Couto Pereira o gigante sempre vence. Não existe lógica, é a parte do futebol que eu adoro tanto: O sobrenatural.

Os mais amargos dirão que é só a Copa do Brasil e no estadual o time não convenceu.

Eu lhes digo, não é só a Copa do Brasil, é A Copa do Brasil. Eu dúvido que são paulinos, palmeirenses e flamenguistas não quisessem realmente ganhar esta competição. Desmerecer é apenas mostrar o tamanho da sua dor de cotovelo.

Este ano é a Copa do Brasil e ano que vem tem Libertadores, pode escrever aí.

Desligando o modo torcedor fanático eu posso lhes garantir uma coisa, vencendo ou não o Coritiba (óbvio que o Vascão é favorito) o Gigante da Colina já nos provou que volta para o cenário nacional forte e isto é o que importa, muito mais do que qualquer título.

Não foi uma classificação daquelas sem querer que você oha e vê que aquele time não deveria estar alí. Quando vemos o time do Diego Souza hoje vemos consistência, bom toque de bola e inteligência, coisa que nos faz ter ótima perspectiva para o campeonato Brasileiro.

Ganhar ou perder é do futebol, mas que este time está jogando uma bola redondinha isto ele está.

Ter o Vascão de volta é fantastico. Ótimo para os rivais, o campeonato, a torcida e o Brasil inteiro.

Por isto que eu digo, bem vindo de volta Gigante.

PS.: E o Diego Souze ein, é só este maluco colocar a cabeça no lugar que tem vaga cativa com Mano Menezes.

O futebol ainda respira, por aparelhos!

Quando me perguntaram, neste blog mesmo, quanto seria o resultado do jogo desta quinta-feira eu respondi que daria Palmeiras só pelo peso da camisa.

Palmeiras é gigante, têm uma camiseta muito mais pesada que o Coritiba e só por isto é sempre o favorito neste confronto.

Se me perguntarem novamente o resultado do próximo jogo responderei a mesma coisa, só que com uma ressalva: O Palmeiras só é gigante e favorito quando resolve jogar bola. Quando o time  brinca de ser pequeno vai ser sempre a piada do dia seguinte de corinthianos e são-paulinos.

Alguns vão dizer que hoje o Palmeiras é que foi apático e deixou o Coritiba jogar bola. Eu vou mais além, o Coritiba foi fantástico, mas não foi o Palmeiras que FOI apático, o Palmeiras É apático e isto há uns três anos, desde que erradamente expulsaram o Luxa a tapa.

Quem acha que estou sendo oportunista aqui lê aí.

Aqui, Aqui, Aqui, Aqui e mais um monte de link do blog onde eu supostamente “perseguia” o Palmeiras. Não é perseguição, a questão é que não dá pra falar bem quando você vê a bosta sendo feita.

Neste blog eu coleciono uma porção de xingamentos vindos do Parque Antártica só por falar o que todo mundo estava vendo, mas não queria aceitar por ser o Felipão, o técnico penta-campeão do mundo, blá blá blá, mi mi mi.

O Palmeira do Felipão não joga bola, nunca jogou, ele se esconde, morre de medo de perder. Têm muito mais medo de perder do que vontade de ganhar.

Este é o Palmeiras de Felipão e estes sempre foram os times do Felipão.

Lembra você lá palmeirense, puxa da memória, quando o Palmeiras era aquele timaço com Arce, Alex e Cia o Palmeiras dava show?

Só para lembrar aos palmeirenses mais novinhos, ou os que não conhecem porra nenhuma da história do próprio time que antes de ganhar a Libertadores o técnico que hoje é Mito, era vaiado em TODOS os jogos.

Quem conhece a torcida do Palmeiras sabe que ela é chata pra caralho, não basta ganhar, tem que dar show, tem que desfilar em campo, sempre foi assim e não é por acaso que em toda a sua história o Palmeiras só foi campeão quando tinha esquadras MUUIITOO superiores aos demais. Se não fosse MUUUIITOO superior o time de verde não levava o campeonato.

Sempre foi assim, quem tem dúvidas procure na história do seu próprio time.

Tirando a Libertadores do Felipão, o Palmeiras NUNCA, mas NUNCA ganhou nada jogando futebol covarde. Por isto a torcida ficou exigente e chata pra caralho. Quem vai no Palestra sabe melhor que eu.

Na Libertadores era o mesmo futebol terrível de hoje em dia, com a diferença de que naquela época tinha um (ou mais) craque para decidir na hora que o calo apertava. Naquele tempo o Palmeiras ganhava de um a zero suado do Vasco do Romário, do Corinthians do Marcelinho Carioca, do Boca Juniors.

Hoje o Palmeiras ganha suado do Noroeste.

Tá bom? Dá pra se iludir? Não dá, tem que ser muito inocente ou cego!

O futebol, ou melhor, o anti-futebol do time de hoje é a mesma porcaria daquele tempo. Só que hoje falta o Alex pra colocar a bola embaixo do pé e resolver quando o bixo pega.

Quem lê este blog sabe que odeio o futebol que o Felipão estabalece em seus times, assim como odeio o futebol do Muricy. Já falei isto Aqui, estes dois treinadores rasgam a história de uma nação inteira pra ganhar de uma a zero na sorte. Felipão quase conseguiu fazer isto com a nossa sagrada seleção de 2002, a diferença é que com Ronaldo, Rivaldo e Cia até eu sou campeão da Copa do Mundo jogando bonito.

Aí se o sujeito ganha retrancando tudo ele é gênio, se o sujeito perde fazendo a mesma coisa ele é renegado por uma nação inteira, Dunga pode falar com melhor propriedade.

O futebol da seleção do Dunga é exatamente o mesmo da seleção do Felipão, só que o Dunga não deu a sorte de ter um Ronaldo e um Rivaldo no time.

Dou risada com esta inversão de valores, Felipão virar gênio e Dunga virar burro nas mesmas circunstâncias. Se ganha ninguém é capaz de contestar e quem contesta é retardado, idiota ou invejoso. Se perde, ninguém contesta também, só que aí é pro lado ruim.

Hoje torci pelo Palmeiras, torço pelo time grande sempre, mas confesso que fiquei bem feliz com o sacode que o Coritiba passou no Palmeiras. Hoje o Coritiba nos ensinou que o futebol SEMPRE, supera a covardia!

Talvez com este sacode os palmeirenses consigam ver o delírio coletivo que entraram devido a lembrança boa do título da Libertadores, onde propositamente as vaias foram esquecidas.

O Coritiba deu uma aula ao Palmeiras, ao Felipão e aos palmeirenses que haviam esquecido sua história e o que é futebol há anos.

Saiu do lugar onde eu menos esperava a certeza que o futebol ainda respira, precisou um time nanico se portar como um gigante frente a um gigante brincando de ser nanico para eu ter certeza que nosso futebol ainda resiste. Infelizmente aqui no Brasil ele respira por aparelhos, mas ele ainda respira.

Torci pelo Palmeiras por ser grande, mas o que eu gosto mesmo é de futebol bem jogado e por isto o Coritiba ganhou minha atenção. Ensina a muito time e técnico o que é ter história para preservar.

Merece elogios, pois quando passa entre as marcas de cal, não se esconde. Faz do futebol puro futebol!

Vocês querem caça as bruxas?

Por favor palmeirense, não caia nesta palhaçada. Se realmente querem culpar alguém culpem a sí mesmos que permitiram que a covardia tomasse conta de seu time e ainda vibraram com isto.

Culpem a vocês que deram todo o respaldo para Felipão não dar uma cara, padrão e tática ao time. Isto em um ano.

Permitiram que sua história onde estão registradas algumas das maiores esquadras do Brasil se resumisse apenas a dar bica para frente.

Culpem a vocês mesmos que colocaram Kleber e Valdivia no mesmo status de Ademir da Guia, Alex, Djalma Santos e Rivaldo só por causa de algumas cotoveladas ou algumas palhaçadas pra zoar o rival.

Ídolo vira ídolo quando ele joga bola!

A mudança começa das arquibancadas, com o Muricy no São Paulo e no Fluminense foi assim.

Enquanto vocês não cobrarem que SEU time de futebol jogue apenas futebol, nada acontecerá.

Se esconder pelas beiradas é coisa de nanico, não de Palmeiras.

Ao maior de todos

Nunca fui um cara de acompanhar muito outros esportes além do futebol, entendo alguns, acho até legal, mas não me identifico. E é nessa hora que eu noto o quão gigante é o papel que um ídolo possui sobre uma criança que não entende nada da vida.

Quando criança me encantei demais pelo São Paulo de Telê Santana e principalmente de Raí.

O que era aquele time?

Eles não jogavam bola como os outros, ele se divertiam em campo. Faziam da obrigação o seu maior passatempo e o resultado era só uma consequência do show que eles proporcionavam. Na verdade quem assistia à partida meio que nem lembrava tanto do resultado, lembrava mais do baile que eles davam. Pelo menos é assim que eu me recordo quando puxo um pouco da memória.

Acho que é por isto que hoje em dia eu não ligo tanto para o resultado final de uma partida.

Lembro como se fosse hoje o meu maior ídolo descendo do avião sem nem conhecer seus companheiros, ir para o jogo final, fazer um gol, dar passe para outros dois e despachar o rival sozinho.

Acho que é por isto que quando um jogador volta da Europa e fica um ano enganando por aqui em “adaptação” me soa tão falso quanto uma nota de três reais.

Outra coisa que nunca vou esquecer é do cara que fez um moleque que odiava acordar cedo madrugar todo o domingo só para acompanhar uma coisa que ele mal entendia.

Eu não conhecia nada de automobilismo. Não sabia que tinha política por trás, não sabia que tinha jogo de equipe e nem diferença de carros. A única coisa que eu sabia era que quem fosse mais rápido ganhava, e o mais doido é que parecia que da mesma forma que eu, quando garotinho, o Senna também não tomava conhecimento das coisas que eu citei. Ele passava por cima de todas, parecia que nem se importava com a situação na verdade, e como o garotinho que o assistia, ele só tinha certeza de uma coisa, tinha que ser o mais rápido que já existiu para ganhar, sem desculpas e sem chororô. O objetivo era tão simples quanto difícil. Era só ser o mais rápido.

O melhor é que ele conseguiu.

Foi o mais rápido da história, levantou o Brasil sempre que teve a oportunidade, nunca se envergonhou de seu país, e por pior que fosse a situação deste a bandeirinha verde e amarela sempre estava lá.

Como a vida de todo brasileiro na época, a nossa não era fácil, mas me lembro que nos domingos era eu lá junto com ele no lugar mais alto do podium. Por alguns segundos não era o Senna o maior brasileiro de todos era eu. Engana-se quem pensa que este era o sentimento de um moleque que não sabia o quão dura a vida poderia ser, tenho certeza que este era o sentimento de todos nós. Quando eu olhava para o meu velho, fã de Formula 1 que sempre passava a imagem de durão, e o via chorando feito uma criança eu tinha certeza disso.

Recomendo a todos que assistam ao filme/documentário do Ayrton. Nele, quem não conseguia dimensionar o que é a Formula 1 nota que é um esporte tão sujo quanto o futebol, com uma única diferença, tinha um cara lá que não ficava quieto, não aceitava as coisas erradas.

Quando ví Rubens depois Massa abrirem mão de suas posições só para garantir o salário do fim do mês senti vergonha de ser brasileiro, senti vergonha de ter tido Senna me representando lá, senti vergonha por eles.

Por um momento pensei o que o Senna faria na mesma situação, e tive certeza. Ele faria qualquer coisa, menos entregar uma corrida de propósito.

Foda-se o salário, tem certas coisas que valem muito mais que dinheiro. Orgulho e dignidade são duas delas.

Foda-se política, é só ser o mais rápido de todos.

Senna me ensinou isto.

Foda-se adaptação e entrosameno, é só jogar futebol e fazer mais gols que o adversário.

Raí me ensinou isto.

Sou feliz por ter tido professores tão bons, sinto-me triste toda a vez que o primeiro de maio chega ou aquela maldita corrida da Itália se aproxima.

Parafraseando o maior ídolo brasileiro:

“Sinto falta da época que corrida de carros era apenas uma corrida. Sem política, sem dinheiro, sem nada. Corrida era apenas dois carros um mais rápido que o outro”.

Depois de Ayrton nunca mais assisti uma corrida por inteiro, o futebol eu ainda não consegui largar.

Meu velho, este chorou por uma semana no sofá de casa, e quando o primeiro de maio chega ele não assiste qualquer corrida de automóveis.

As vezes eu acho que é por respeito, mas nós dois sabemos a verdade é que juntos iriamos chorar feito crianças ao ouvir o ronco de qualquer motor nesta data. A ferida está aberta e eu gosto que fique assim, tem dor que serve só pra gente lembrar e respeitar. Esta é para que jamais alguém se esqueça do maior brasileiro que já existiu.

Luiz Fabuloso, Luiz Fabuloso

O dia onze de março é um marco na história recente do São Paulo Futebol Clube, a volta do Luiz Fabiano derruba alguns discursos, mitos e declara o fim do pragmatismo. Mostra que o futebol brasileiro evoluí em uma velocidade incomparável a seus irmãos sul-americanos.

Primeiramente vamos dar a César o que é de César, parte dos méritos desta contratação e da mudança de mentalidade dos dirigentes brasileiros deve-se totalmente ao Corinthians e ao Ronaldo. Ao trazer o maior de todos o Corinthians mostrou que é possível colocar qualquer um pra jogar em terras Tupiniquins. O Corinthians mudou a cabeça dos clubes, mostrou a todos que jogador não é só despesa ao clube, salário, luvas, direitos de imagem e etc. O time do Parque São Jorge provou que jogador também é um produto, também pode dar retorno ao time e no fim o custo dele é abatido de todo o lucro que trouxe.

Assim veio o Gaúcho e agora o Luiz Fabiano.

Esta mais que provado agora que chega de torcedorismo e discursinho de mal amado só porque o rival que acertou. Se ele acertou vamos é copiar, é natural da evolução e nenhum demérito.

Como eu disse o dia onze foi um marco na história recente do clube, pois foi quando a diretoria tricolor reconheceu o erro e acabou com a palhaçada do jogador a custo zero. A fórmula mais ridícula que já ví, que devido a um ano atípico e de sorte onde o pacotão que veio do Goiás deu certo acabou virando lei no São Paulo.

Me diz você na sua vida já viu alguma coisa a custo zero? Alguma coisa de qualidade a custo zero? Se em nenhum lugar do mundo é assim por que no futebol seria diferente?

Se quiser coisa boa tem que pagar, é a lei!

O marco é maior ainda se você ver que muito dirigente escroto do meu tricolor engoliu o discurso de que não faz loucura (cutucando o rival) por jogador e que o São Paulo só fica dentro do orçamento.

Como eu disse a volta do Luiz já representou uma mudança na cabeça dos dirigentes, cabe a outra pessoa dizer se de fato fui uma mudança por reconhecer o acerto do rival e evoluir ou apenas uma manobra eleitoreira para tirar a reeleição forçada da cabeça do torcedor, calar a boca do mesmo e deixar a oposição sem discurso.

Infelizmente é  isto mesmo, este é o futebol, sujo, nojento e de terno e gravata.

Agora vamos falar um pouco do jogador Luiz Fabiano.

Luiz é o cara com a segunda maior média de gols no São Paulo, o que em um time que já teve Gerson, Careca, França e Raí é um baita feito.

O Fabuloso é ídolo da torcida, traz identificação, raça, honra o manto, faz o mercado são paulino girar e a torcida se desacomodar, o que também é ótimo.

L. Fabiano diferente do Ronaldo volta em uma condição física melhor. Apesar dos 30 anos, esteve no ápice de sua carreira ano passado, participou da copa do mundo como o principal artilheiro brasileiro e esperança de gols, este ano chegou até a negar proposta de gigantes como Milan. A principal diferença entre os dois é que ele não tem metade do apelo de marqueting do Ronaldo, só isto, mas falando de futebol, só futebol, dentro das quatro linhas, entre Ronaldo e o Fabuloso eu escolho o Fabuloso (EDITADO) escolho o Luiz Fabiano tendo como base a situação que os dois voltaram da Europa, como jogador Ronaldo é infinitamente maior que o Fabuloso (EDITADO).

É um baita jogador, com certeza um dos melhores no atual ataque tricolor, mas ao contrário do que a torcida tanto diz ele não é craque. Quem se lembra da sua passagem pelo São Paulo vai se lembrar também que ele adorava sumir de campo ou ser expulso nos clássicos. Luiz não é exatamente o cara que você espera destruir aquele clássico ou colocar a bola embaixo do braço e dizer: – “Eu resolvo” quando a coisa ficar feia. Não ví isto na primeira passagem, não ví isto contra a Holanda na copa do mundo e não espero ver isto na atual passagem dele pelo São Paulo. Quando o Dunga deu a confiança para ele e o colocou como referência no ataque brasileiro, Dunga contava com ele. Queria que ele fosse o cara que quando o jogo aperta e fica dois a um para os caras dá um jeito, sai da marcação, surpreende e acaba com a partida. Este não é o perfil do Luiz, é o perfil de um craque, e isto é o que diferencia um baita jogador acima da média como o Fabuloso de um craque como Raí.

O que é necessário lembrar também é que este São Paulo de 2011 devido a falta de peças de qualidade aprendeu a jogar sem aquela referência no ataque, o Carpegiani nem gosta de esquemas com esta característica, ele prefere um ataque rápido que se articula dos dois lados do campo, coisa que forçadamente mudará com a chegada o Fabuloso visto que ele não voltou ao Brasil pra ser reserva do Fernandinho, nem pode. Se este esquema com uma referência no ataque é melhor ou pior é muito pessoal e característico da partida, existem times sensacionais com ou sem a referência no ataque. O Santos de 2010 não tinha referência como o São Paulo de 2011 não tem. Já o São Paulo de 2005 tinha Luizão na Libertadores e Amoroso no mundial e foi campeão jogando bonito demais.

Tenho certeza que este é um problema que agrada muito ao Carpa, mas uma coisa é certa: Fabuloso é um dos melhores atacantes no Brasil neste momento e com certeza é um baita reforço tricolor. Muitos podem discutir se vale a pena contratar um jogador de 30 anos por 20 milhões de reais, de fato são números atronômicos para a realidade brasileira. Alguns podem dizer que é loucura, de fato é, mas as melhores idéias são!

Boa Sorte Fabuloso brilha muito no ataque do meu tricolor paulista.

PS.: Falta só o Lugano, desembolsa aí uns cinco milhões e tráz o Dios Lugano, aí a quadrilha está formada de vez. 🙂