CBF vs Seleção Brasileira

Eu acho impressionante o quanto a CBF trabalha para sabotar a seleção brasileira e o próprio Mano Menezes. Neste domingo a rodada do brasileirão aconteceu sobre a sombra do amistoso entre Brasil e Gana que acontecerá esta segunda-feira se eu estou bem informado. Não discutirei a relevância do jogo, minha humilde opinião é que a seleção de fato precisa de confiança e entrosamento, duas coisas que você não consegue levando um time em formação para ser espancado por uma Alemanha que joga junto há no mínimo dois anos, mas o que mais me espanta é o precedente que a CBF abriu neste domingo para o torcedor jogar contra a camisa canarinho.

Não é de hoje que ouvimos aquele mimizinho de torcedor babaca dizendo: “blá blá blá, eu torco muito mais pelo meu time do coração do que pela seleção brasileira, blá blá blá, quero que o Brasil perca tudo pois é a seleção do Ricardo Teixeira e não a seleção do Brasil, blá blá blá, entre uma Libertadores do meu time e Copa do Mundo da seleção brasileira eu quero a Libertadores, blá blá blá, sou bixinha, blá blá blá, sou completamente alienado”

Tenho certeza que o leitor já ouviu alguma destas expressões e talvez as tenha até dito. Para mim estes são argumentos ridículos que você pode ouvir de qualquer torcedor modinha quando seu time do coração perde. Sabe aquele torcedor que quando o time toma uma goleada do rival diz: “Sou são-paulinho/palmeirense/corinthiano/…, mas nem ligo muito para futebol”.

É a raça mais deprimente do futebol, não faz a mínima idéia da escalação do seu time, mas passa uma semana e ele vai zoar o amiguinho rival quando o time dele vence o clássico.

Eu sou são-paulinho fanático e igualmente doido pela seleção brasileira.

Não é a seleção do Ricardo Teixeira, assim como o São Paulo não é o time do Juvenal Juvêncio. Os dois, neste caso, são infinitamente maiores que os dois ditadores citados, a camisa amarela e a tricolor são eternas, os dois citados morrerão e as duas estarão lá, imponentes e gloriosas.

Tanto a Seleção quando o tricolor são grandes demais para ter dono. O mundo olha a camisa canarinho e a respeita, o brasileiro a olha e desdenha sem entender metade da história que ela representa. Se tem Ricardo Teixeira ou não é irrelevante, ou alguém aí vai ser capaz de não comemorar um possível título mundial em 2014?

Se a Seleção é tão irrelevante porque tanta dor e ódio quando fomos eliminados em 2010?

Hoje em dia o brasileiro torce contra a Seleção do Ricardo Teixeira, não por opinião, mas por puro modismo. O corintiano por acaso torcia contra o Corinthians na época do Dualib e o palmeirense com o Mustafá, torcia para o Verdão perder?

A rodada deste domingo dá argumentos contra a seleção brasileira para metade das torcidas. O Vasco não tinha Dedé, Flamengo não tinha Ronaldinho Gaúcho, São Paulo não tinha Lucas, Corinthians sem o Ralf, estes são só os clubes que me vieram a cabeça. Todos estes aceitaram e jogaram como é feito há décadas, mas só um foi a CBF tentar ganhar a rodada no chororô.

E o mais foda é que ele conseguiu.

Quando a CBF adia o jogo do Santos contra o Botafogo sem nenhum motivo real ela consegue beneficiar um, prejudicar outros dezenove e o pior de tudo gerar um desgosto danado com a seleção brasileira e o Mano Menezes.

O Mano, foi corretíssimo, se está jogando bem tem que chamar, a seleção é isto, só os melhores, não importa se é contra a Alemanha ou contra o Azerbaijão, mas o negócio é que tirando o São Paulo todos os clubes tiveram resultados ruins e o Santos está todo felizão aguardando seus garotos voltarem.

Aí o santista diz: “- Ah, mas o Santos estava sem três títulares e dois craques”. Eu até entendo, mas o São Paulo jogou sem doze titulares e nem por isto teve seu jogo adiado. Eu acho que o Palmeiras não tinha seis titulares na rodada passada, jogou e perdeu, mas jogou.

Há tempos eu me pergunto o que o Santos tem de especial. Este ano o Santos teve um monte de jogos do brasileiro  adiados em razão da Libertadores da América. Concordo com esta decisão, mas me pergunto porque este tratamento nunca foi dado ao São Paulo e ao Internacional que há uns cinco anos começam o Brasileirão só no segundo turno depois de apanhar de todo mundo no primeiro.

Como torcedor clubista me sinto prejudicado e inconformado, mas fico muito mais doido pela seleção brasileira que carece da atenção dos que se deixam levar por modismo e saem proferindo aos quatro cantos que não dão a mínima para a amarelinha.

A seleção é eterna. Para o mundo inteiro aqueles onze homens não representam Ricardo Teixeira, eles representam a mim, você e a décadas de história.

#forateixeira

Aos amigos que mesmo sem post algum continuaram dando uma passada neste blog eu só peço desculpas, o mês de agosto, do cachorro louco, chegou para mim um pouco mais cedo e eu fiquei muito, mas muito enrolado com o trabalho. Estava tão inapto a escrever neste espaço e tão fora do mundo do futebol que só hoje fiquei sabendo de algumas antigas notas, como a nova cirurgia do Luiz Fabuloso, que o Wellington Paulista de fato saiu do Palmeiras, que o Verdão comprou o Luan e que o Santos tá perdendo tudo depois da Libertadores.
Enfim, agora estou de volta e podemos voltar a trocar idéia sobre o assunto mais importante da humanidade :).
Como eu disse fiquei bem por fora do mundo do futebol, porém não pude deixar de notar a inesperada pseudo-revolta dos brasileirinhos no twitter contra o Senhor do Futebol no Brasil. Vi gente que não saca uma pica de futebol falando do assunto, então imaginei que quando voltasse com o blog teria no mínimo a obrigação de dar uma cornetadinha.

Só que ao contrário da maioria dos jornalistas que falam o que o torcedor, neste caso todos os brasileiros, quer ouvir vou propor uma visão por outro ângulo dos acontecimentos.

Começando pelo início. Quando me perguntam o que eu penso de Ricardo Teixeira a resposta vem na ponta da língua, sem o menor medo de ser feliz: Acho o cara um puta sujeito competente pra caralho! Com estas palavras mesmo.

Quem conhece a CBF sabe que é uma organização privada dona dos direitos do futebol brasileiro e que a mesma responde diretamente aos nossos clubes: meu tricolor, seu Corinthians, Grêmio e a todas as outras agremiações. Quem conhece a CBF também sabe que assim como a maioria das organizações privadas a mesma elege seu líder, o líder do futebol brasileiro, através de eleições formais onde o presidente de cada clube que responde a CBF tem o seu direito a voto.

Dá para fazer o paralelo com uma empresa e seus acionistas.

A política de reeleição varia de acordo com a organização, afinal, a mesma é particular e não pública, e sinceramente nem acho essa política de reeleição tão importante, afinal, se o sujeito é bom ele é consagrado e se é ruim é limado no primeiro mandado, concordam?

Então se um sujeito que responde diretamente aos presidentes das maiores agremiações nacionais, e sua permanência no poder depende diretamente destes mantém-se no poder por mais de vinte anos o que mais vou pensar dele?

O que você pensaria? O mesmo que eu.

É um puta sujeito competente que há duas décadas consegue agradar a todos os mandantes do futebol nacional.

Estou errado em pensar assim?

Acredite, seu time teve a oportunidade de votar contra o Teixeira e acabar com essa farra umas quatro ou cinco vezes, se não o fez foi porque estava do agrado com a política do sujeito.

Tão claro quanto a água, concordam?.

Antes de qualquer blábláblá gostaria de dizer que não concordo com os métodos do presidente, nem com suas idéias, mas o presidente do meu time concorda, então parece que está agradando. Pra quem não entende este caso de malandro entre times de futebol e o presidente da CBF, vou chover no molhado e falar o que todo mundo sabe ou deveria saber: o meu time tem rabo preso com o cara, o seu time tem rabo preso com o cara e a globo têm também.

Vou discutir com esta galera? Um monte de gente mais importante, rica e inteligente que eu. Parece que tá bom pra todo mundo, como é que eu que não sei nada do que acontece lá dentro vou protestar? Não tenho conhecimento do que acontece e nem base pra ficar insatisfeito. Não é conformismo, longe disto, quem me conhece sabe que sou completamente a favor de manifestações, mudança de status-quo, passeata e tudo mais, só que fazer um ridículo #forateixeira no twitter me envergonha e envergonha meu avô se um dia o velho tivesse pensado na hipótese de ir as ruas protestar junto a UNE.

Os cariocas estão insatisfeitos com os trinta milhões gastos pelo governo estadual? Então porque votaram no tal do Sérgio Cabral em primeiro lugar? Imolam a cidade maravilhosa todos os dias com violência e miséria, e de repente os moradores da zona sul resolvem fazer uma twittaria e passeata por causa de uns trinta milhoezinhos jogados no lixo?

Juro, não é conformismo, mas é burrice. No dia primeiro de Janeiro vocês dão poder ao governador que bancou tudo isto e agora que não dá pra fazer mais nada resolvem protestar. Reclamam da grana que a carioquíssima Vênus Platinada embolsou para organizar o evento, e da distorção nas notícias do Jornal Nacional, mas fazem questão de votar a cada paredão do Big Brother Brasil e não perdem um capítulo da novelinha das oito?

Essa gente tem o direito de protestar? Claro que tem, toda manifestação com propósito pode ser bem-vinda, mas é burrice. Para a maioria valeria mais a pena ficar em casa assistindo o Caldeirão do Hulk e depois o sorteio da Copa do que ir as ruas em pleno sábado para protestar contra uma coisa que você ajudou a criar e ajuda a manter.

Se eu gosto do Teixeira? Não, acho um filho da puta. Se eu gosto do Juvenal Juvêncio, presidente do meu clube que ajudou a colocar Teixeira em seu posto? Odeio também, mas sou tão babaca, mas tão babaca que sou sócio torcedor são-paulino há cinco anos pagando uma notinha anualmente para o time.

Posso protestar? Claro que posso, tenho todo o direito, mas me sentiria mais idiota do que agora enquanto escrevo estas linhas.

Os paulistanos reclamaram do Itaquerão? Parabéns aos amigos trouxas que votaram no Geraldo Alkimin e nos vereadores de voto a favor. Não sei se os que estão tão indignados notaram, mas quem os colocou lá foram vocês. Felizmente não votei no Alkimin, votei no Skaff, mas por conhecimento histórico da alienação da elite paulistana votei com a certeza que estava jogando meu direito no lixo.

E quando alguém me pergunta o que eu penso sobre Andrés Sanches, mais uma vez respondo: é competente demais, sou fã e gosto muito do cara, desta vez sem ironia.

PS.: Aos amigos que não viam um post neste blog há algum tempo e de repente se deparam com tanta politicagem eu mais uma vez peço desculpas, apesar de eu adorar o assunto a idéia deste blog em momento algum é falar de politicagem, muito pelo contrário, falamos de assuntos importantes :), mas os não alienados percebem facilmente o quanto damos voltas em torno do mesmo eixo.

Só Twittando

5…4…3…2…1

Para o Muricy ir para a imprensa dizer que o vestiário do Santos tem alguma infestação estranha e fechar contrato com ôôôô, sei lá, Flamengo, Corinthians, tanto faz pra ele!

Só Twittando

Não podia deixar passar.

Caiu!

Estou certo que Carpa não é o total culpado, mas tem sua parcela e é grande!

Como tudo na vida sobre para o mais fraco, que nesse caso também não é lá essa competência toda.

Só falta agora essa diretoria me trazer um Celso Roth da vida, aí para o mundo que eu quero descer.

Só Twittando

E tem leitor que ainda acha que o Messi é craque.

Tão craque que não consegue jogar cinco minutos pela Argentina sem o Iniesta, Daniel Alves ao lado.

Confesso que eu até estava disposto a dar uma chance pro cara, observar o futebol dele com boa vontate de tals, mas tenho tanta boa vontade com ele quanto tenho com Ronaldinho Gaúcho.

Nosso outro “craque” Gaúcho manda lembranças ao Messi.

E cravo aqui, em cinco anos ele volta pro Estudiantes ou qualquer lixo que o valha. 🙂

PS.: De quebra peço desculpas aos leitores do blog pelo sumiço, estou trabalhando pra caramba.

Só Twittando

Puta que pariu, ainda bem que sem TV a cabo não ví a pancada!

Mesmo não vendo o jogo, vejo um resultado completamente normal.

O são-paulino que achava seu time MUITO bom pela sequencia de vitórias é com certeza um iludido, assim como o time quando está completo, com os jogadores da seleção e os machucados não é ruim.

Como sempre no futebol não existem extremos, um time nunca é completamente bom, como também não é completamente terrível. Quem analisa assim é torcedor cego.

O São Paulo deste domingo só pela escalação já dava pra ver que teria problemas, é muita molecada para lançar em um clássico só. Não ouso cornetar o Carpa, o técnico não tinha escolha, a omissa diretoria talvez, mas ele não.

Não cornetando o Carpa, mas já cornetando, vamos lá: Sabe aquele post que eu fiz sobre quando a retranca é boa? Então, este era um dos casos. Acho legal a ofensividade do Carpa, legal mesmo, brigo todos os dias neste blog por mais futebol deste tipo, só que antes de entrar com três atacantes você tem que conhecer suas limitações. O jogo de ontem era para meter um ferrolho nunca antes montado. O time completamente desfalcado, sem meio, sem ataque, sem lateral e sem zaga, não dá para abrir, é loucura.

Eu prego o futebol bem jogado, não o suicídio coletivo.

PS.: É bom o são-paulino não colocar muitas esperanças nos próximos jogos não… vem só time grande e a molecada do mundial sub-20 está indo embora também.

O custo benefício do “craque”

Já comentei aqui neste blog o quanto admiro Andrés Sanches. O dirigente do Corinthians revolucionou todo o mercado da bola brasileiro, desde o marketing, até os contratos de televisão mais recentemente. Ah, só deixando bem claro que não entro nos méritos se o cara é bandido, bicheiro, se ele se envolve com torcida organizada ou o diabo a quatro. Ele não vai se casar comigo nem com a minha filha, só estou avaliando sua administração de futebol, e isto é inegável, ele é o melhor.

Com Andrés o Brasil aprendeu que jogador de futebol não é só gasto, com ele os jogadores passaram de custo a receita no mercado brasileiro.

Pensando alto o Corinthians foi atrás do maior de todos desta geração, Ronaldo, e o fenômeno veio e resolveu para o Corinthians dentro e fora das quatro linhas de cal. De um dia para o outro a receita de marketing alvinegra passou de vinte milhões para mais de sessenta, o mesmo aconteceu com a visibilidade do time.

Embarcando nessa onda voltaram Roberto Carlos, Robinho, Elano, Valdivia, Felipe, Luiz Fabiano e o Ronaldinho Gaúcho. Passado algum tempo podemos comparar o impacto das contratações. Na verdade vou comparar mais Robinho e Ronaldinho Gaúcho. Para ser sincero não acho que os outros tenham condição de ser comparados, nem técnicamente, nem como geradores de renda.

Roberto Carlos, Elano, Felipe, Valdivia, e Luiz Fabiano são bons jogadores, acho o Elano até craque em sua posição, mas eles não tem o carisma necessário e nem o futebol requisitado.

Robinho voltou mal e acabou entrando na onda Santástica então fica meio difícil falar sobre ele sem que o mesmo pegue uma carona na onda dos garotos da vila, mas mesmo assim era possível ver que Neymar e Ganso tinham muito mais visibilidade que o próprio Robinho, que estava mais para um coadjuvante no time. Fora dos gramados a realidade se mostrava a mesma, Neymar e Ganso estourando fora das linhas e o Robinho em segundo plano.

Lá do Rio então veio a aposta mais arriscada que o Brasil já fez. A peso de ouro Ronaldinho Gaúcho foi para a Gávea, não se esquecendo antes de se queimar com a nação brasileira inteira depois de fechar primeiro com o Palmeiras, depois com o Grêmio a ponto dos caras armarem a festa de apresentação e só depois com o Flamengo. Quando eu digo aposta mais arriscada eu me referi futebol fraco futebol da carreira do camisa dez e de sua imagem como atleta. Pelo fato do garoto ter passado sua vida inteira fora do Brasil não dava para ter uma noção do quanto ele transcenderia a rivalidade clubística, como Ronaldo teve o dom de fazer atuando nada mais nada menos que no time que mais coleciona rivalidade e antipatia no Brasil inteiro. Ronaldo teve a capacidade de fazer são-paulinos, palmeirenses e diversos outras agremiações torcerem pelo Corinthians. Digo isto por experiência própria afinal, ao contrário do meu avô um sãopaulino fanático que teria um infarto ao me ouvir confessar isto, eu comemorei demais o gol do Ronaldo sobre o Palmeiras em seu jogo de estréia.

Gaúcho não teve esta capacidade, muito pelo contrário, com atuações dignas de pena ele so conseguiu reunir deboches de rivais, e fora dos campos o Flamengo continua com uma conta atronômica e sem patrocínio.

A questão aqui é o quanto apostas deste tipo valem a pena. Luiz Fabiano, por exemplo, veio ao para o Tricolor pela bagatela de dezoito milhões de reais, o mesmo Luiz que saiu vaiado pela torcida.

Quando se tratam de contratações a um alto valor sou completamente a favor, mas somente quando elas vão me dar um retorno, não sou idiota de jogar dinheiro no lixo. Um fenômeno como Ronaldo não conseguirá ser reproduzido jamais, hoje ainda dá pra afirmar que depois de ter parado de jogar Ronaldo vende mais do que qualquer um dos que eu citei acima.

Aos poucos acho que o mercado também está caindo na real do quanto apostas caras deste tipo, não se sustentam sozinhas, sem futebol. Cicínho foi outro que veio para dar este recado. Jogador de futebol pode sim, dar entravista, fazer contratos de marketing, propagandas e tudo mais, só que antes de qualquer coisa ele precisa jogar bola.

Ronaldinho Gaúcho está conseguindo se queimar mais do que quando pipocava apenas pela seleção brasileira. Ao ter mais contato com o jogador temos também mais contato com sua limitações, e no caso do Ronaldinho pós-Barcelona, elas não MUITAS a ponto do Flamengo cogitar sua dispensa. Ninguém joga com o nome, torço demais pelo Luiz Fabiano, assim como torci pelo Ronaldinho, acho que o Brasil ganha como país do futebol, mas não me iludo, sei que estes não jogam perto do Fenômeno, mesmo achando o Luiz, se inteiro, o dono da camisa nove da seleção hoje em dia. Não por méritos dele, mais por deméritos da atual geração.

No post que fiz na vinda do Luiz, disse que não daria dezoito milhões ao rapaz, a questão é se de fato times como o Botafogo que estão se endividando para trazer grandes jogadores em boa fase estão entendendo o peso e o preço de sua aposta.

Mais uma vez torço demais pelo sucesso do time carioca, mas os custos desta loucura sobre uma possível falha podem ser pesados para o time e sua gerações posteriores. A diretoria do Palmeiras, por exemplo, está colhendo os azedos frutos de uma adminsitração irresponsável que contratou Valdivia, Kleber e Felipão pelo dobro do preço que estes valeriam no mercado.

Só Twittando

Impressionante como o Ronaldinho Gaúcho não é e nunca foi jogador de fútebol.

Quem viu um pouquinho do clássico concluí isto.

Só consigo pensar que na época do Barcelona o garoto fui abduzido por algum ET, mas quando ele voltou pra terra voltou a ser o ninguém de sempre.

Boa meu querido Globetrotter, vai chutar bolas no travessão vai!

Eu ví ele jogar

Gratidão. É só isto que sinto por ter tido o privilégio de ver este monstro pisar entre as quatro linhas de cal.

Me sinto meio órfão como amante de futebol. Não ví Pelé, não ví o Garrincha, não ví o Galinho, nosso Pelézinho branco. É foda um amante do futebol  se contentar com os pernetas de hoje: Messi, Kaká e Cristiano Ronaldo.

Só que uma coisa eu vou poder me gabar por ter visto: Ronaldo! Ví o Fenômeno cortar o zagueiro e cobrir o Fabio Costa na final, ví ele fazengo gol de voadora contra a Turquia, ví ele fazendo gol de bico contra a Alemanha, ví ele cair, levantar, ser vaiado, motivo de chacota e voltar e calar a boca de todo mundo, e isto umas três vezes viu, não foi uma só não.

Tem certas coisas da vida que você só consegue ver no futebol: Gordo ficar magro em menos de noventa minutos, São Paulino virar Corinthiano em clássico de Palmeiras e Corinthians em Presidente Prudente, a dúvida virar a solução. E não é uma coisa que você vê todo dia no futebol, quando vê tem que guardar na memória e agradeçer.

Poderão surgir outros, Neymar, Lucas, Ganso, que seja, mas nunca mais um Ronaldo.

Não vejo nenhum dos citados transcenderem a barreira de camisa de futebol e de rivalidade e virar um cidadão do mundo. Sinceramente o último que eu me lembro capaz de encantar o mundo desta forma foi o Airton Senna e hoje o nosso fenômeno.

Ronaldo não é do Brasil.

É egoísmo demais querer tomar pra gente o que é de direito do mundo inteiro. Ele parou conflitos no Haiti, doou muita grana para a Africa e já foi embaixador de crianças na Unicef.

Este cara não é brasileiro, assim como o Senna não era. O Rio de Janeiro teve o privilégio de ver este monstro nascer. Foi de Bento Ribeiro direto para o mundo e hoje é um cidadão do mundo. Me dá orgulho saber que ele foi daqui, isto sim, mas não sou egoísta a ponto negar um privilégio destes ao mundo inteiro.

Ontem o Brasil ficou órfão, o mundo, a seleção e a nove da canarinho, que resistiu bravamente a perda de Romário, mas que agora não tem ninguém com força suficiente pra levantar o peso daquele número e eu acho que nem haverá tão cedo.

Ao maior de todos

Nunca fui um cara de acompanhar muito outros esportes além do futebol, entendo alguns, acho até legal, mas não me identifico. E é nessa hora que eu noto o quão gigante é o papel que um ídolo possui sobre uma criança que não entende nada da vida.

Quando criança me encantei demais pelo São Paulo de Telê Santana e principalmente de Raí.

O que era aquele time?

Eles não jogavam bola como os outros, ele se divertiam em campo. Faziam da obrigação o seu maior passatempo e o resultado era só uma consequência do show que eles proporcionavam. Na verdade quem assistia à partida meio que nem lembrava tanto do resultado, lembrava mais do baile que eles davam. Pelo menos é assim que eu me recordo quando puxo um pouco da memória.

Acho que é por isto que hoje em dia eu não ligo tanto para o resultado final de uma partida.

Lembro como se fosse hoje o meu maior ídolo descendo do avião sem nem conhecer seus companheiros, ir para o jogo final, fazer um gol, dar passe para outros dois e despachar o rival sozinho.

Acho que é por isto que quando um jogador volta da Europa e fica um ano enganando por aqui em “adaptação” me soa tão falso quanto uma nota de três reais.

Outra coisa que nunca vou esquecer é do cara que fez um moleque que odiava acordar cedo madrugar todo o domingo só para acompanhar uma coisa que ele mal entendia.

Eu não conhecia nada de automobilismo. Não sabia que tinha política por trás, não sabia que tinha jogo de equipe e nem diferença de carros. A única coisa que eu sabia era que quem fosse mais rápido ganhava, e o mais doido é que parecia que da mesma forma que eu, quando garotinho, o Senna também não tomava conhecimento das coisas que eu citei. Ele passava por cima de todas, parecia que nem se importava com a situação na verdade, e como o garotinho que o assistia, ele só tinha certeza de uma coisa, tinha que ser o mais rápido que já existiu para ganhar, sem desculpas e sem chororô. O objetivo era tão simples quanto difícil. Era só ser o mais rápido.

O melhor é que ele conseguiu.

Foi o mais rápido da história, levantou o Brasil sempre que teve a oportunidade, nunca se envergonhou de seu país, e por pior que fosse a situação deste a bandeirinha verde e amarela sempre estava lá.

Como a vida de todo brasileiro na época, a nossa não era fácil, mas me lembro que nos domingos era eu lá junto com ele no lugar mais alto do podium. Por alguns segundos não era o Senna o maior brasileiro de todos era eu. Engana-se quem pensa que este era o sentimento de um moleque que não sabia o quão dura a vida poderia ser, tenho certeza que este era o sentimento de todos nós. Quando eu olhava para o meu velho, fã de Formula 1 que sempre passava a imagem de durão, e o via chorando feito uma criança eu tinha certeza disso.

Recomendo a todos que assistam ao filme/documentário do Ayrton. Nele, quem não conseguia dimensionar o que é a Formula 1 nota que é um esporte tão sujo quanto o futebol, com uma única diferença, tinha um cara lá que não ficava quieto, não aceitava as coisas erradas.

Quando ví Rubens depois Massa abrirem mão de suas posições só para garantir o salário do fim do mês senti vergonha de ser brasileiro, senti vergonha de ter tido Senna me representando lá, senti vergonha por eles.

Por um momento pensei o que o Senna faria na mesma situação, e tive certeza. Ele faria qualquer coisa, menos entregar uma corrida de propósito.

Foda-se o salário, tem certas coisas que valem muito mais que dinheiro. Orgulho e dignidade são duas delas.

Foda-se política, é só ser o mais rápido de todos.

Senna me ensinou isto.

Foda-se adaptação e entrosameno, é só jogar futebol e fazer mais gols que o adversário.

Raí me ensinou isto.

Sou feliz por ter tido professores tão bons, sinto-me triste toda a vez que o primeiro de maio chega ou aquela maldita corrida da Itália se aproxima.

Parafraseando o maior ídolo brasileiro:

“Sinto falta da época que corrida de carros era apenas uma corrida. Sem política, sem dinheiro, sem nada. Corrida era apenas dois carros um mais rápido que o outro”.

Depois de Ayrton nunca mais assisti uma corrida por inteiro, o futebol eu ainda não consegui largar.

Meu velho, este chorou por uma semana no sofá de casa, e quando o primeiro de maio chega ele não assiste qualquer corrida de automóveis.

As vezes eu acho que é por respeito, mas nós dois sabemos a verdade é que juntos iriamos chorar feito crianças ao ouvir o ronco de qualquer motor nesta data. A ferida está aberta e eu gosto que fique assim, tem dor que serve só pra gente lembrar e respeitar. Esta é para que jamais alguém se esqueça do maior brasileiro que já existiu.